São Paulo, 06 – As exportações de carne suína in natura e processada alcançaram o recorde de 750,3 mil toneladas em 2019, alta de 16,2% em relação ao volume embarcado em 2018, informou nesta segunda-feira, 6, a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). Com as vendas, o País faturou US$ 1,597 bilhão, montante 31,9% superior ao do ano passado. Na quinta-feira, 2, a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério da Economia, já havia destacado o desempenho recorde nas exportações do produto in natura, com vendas de US$ 1,741 bilhão contra US$ 1,114 bilhão nos 12 meses de 2018, alta de 56,2%, e embarques de 635,5 mil toneladas, 15,7% acima das 549,2 mil toneladas de 2018.
Somente em dezembro, foi embarcado, segundo a ABPA, um total de 76 mil toneladas de carne suína, 35,1% mais em relação às 56,2 mil toneladas registradas em igual período de 2018. Segundo a ABPA, o volume de dezembro foi o maior embarque mensal da história do setor. Em receita, o saldo do último mês do ano chegou a US$ 183,6 milhões, alta de 73,9% no comparativo anual, também recorde.
A associação destaca que as vendas para a Ásia foram impulsionadas pelo surto de Peste Suína Africana (PSA) em 2019. A China, que assumiu o primeiro lugar nas importações já no primeiro mês do ano passado, importou 248,80 mil toneladas de janeiro a dezembro, volume 61% superior ao total embarcado em 2018. Também por causa da PSA, o Vietnã aumentou suas importações em 82,6%, com total de 13,54 mil toneladas em 2019.
“A crise sanitária na Ásia reconfigurou o comércio internacional de proteína animal. A China, que foi a maior afetada, ampliou sua capacidade de importação de carne suína brasileira com a habilitação de novas plantas em novembro de 2019. Este é um dos fatores que deve favorecer o aumento das vendas brasileiras em 2020, já que os indicadores de instituições como o Rabobank demonstram que este quadro deve perdurar no mínimo ao longo do ano”, analisa o diretor-executivo da ABPA, Ricardo Santin.
Na América do Sul, o Uruguai foi o principal destino do produto brasileiro, com 40,48 mil toneladas importadas do Brasil, volume 12,8% maior que em 2018. Também o Chile se destacou, com importação de 44,54 mil toneladas (+28,9%). No Leste Europeu, a ABPA ressalta a participação da Rússia, que importou 35,28 mil toneladas. “Crescemos nossas vendas não apenas na Ásia, mas em outras regiões importadoras, como a América do Sul. Nossos esforços estarão concentrados, agora, no fortalecimento destas parcerias e na busca de novos mercados”, ressalta o presidente da associação, Francisco Turra.