Faep diz que prejuízos da crise hídrica no PR devem ser superados com tecnologia
Em entrevista à Jovem Pan News Curitiba, o presidente da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) Ágide Meneguette diz que, apesar de a crise hídrica ter causado um prejuízo no estado entre 10 a 15 bilhões de reais, esse problema já está sendo superado.
“Nós temos a superação. Usamos já novas variedades de pesquisa de transgenia, que você pode plantar e exige menos da questão hídrica. Desenvolvemos também, com a Embrapa e a Fundação Araucária, um trabalho de pesquisa do uso de solo. Porque não é só a água: você precisa dar condições de preparo a esse solo para que realmente ele possa aguentar uma seca”,
explica Ágide.
Perguntado sobre uma possível crise dos fertilizantes, o presidente respondeu que esse produto preocupa a curto prazo, mas crises maiores aconteceram com o período de desenvolvimento da Ásia, por exemplo. “Aquele foi um ano em que houve dificuldade de abastecimento porque a agricultura cresceu no mundo inteiro”, ressaltou.
Para resolver esse tipo de crise, Ágide destaca a importância da inteligência científica e das pesquisas.
“Nós mesmos da Faep e da Senar contratamos a Embrapa para fazer um estudo sobre o que fazer com o problema hídrico do Paraná e o que fazer com os resíduos dessas várias indústrias que temos. […] O caminho é um só: correr atrpas da tecnologia, investimentos nessa área e que realmente ela seja direcionada ao aumento da produção”
92% das propriedades do Paraná são pequenas ou médias
De acordo com Ágide, uma das vantagens do Paraná é a sua estrutura fundiária: “92% das propridades são pequenas e médias propriedades, e grande parte disso é tocado pela família, gerando emprego e riqueza”, conta. O presidente ainda comenta que o estado possui um sistema cooperativista muito forte.
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Hoje, a produção agrícula de grãos no estado está praticamente dobrando em função dos ganhos de proatividade com as novas tecnologias, segundo Ágide.
“Você vê, às vezes, o pessoal falando de setores da economia que não estão andando, estão estagnados. Mas nós aqui no Paraná […] estamos de peito aberto a concorrências internacionais. O que tem de melhor de tecnologia do mundo nós estamos aplicando aqui também”,
afirma o presidente.
Agronegócio durante a pandemia
Ágide relata que, no início da pandemia, a Faep se reuniu com o governo do estado para garantir que a Federação continuasse seus trabalhos, mesmo com o surto da doença.
“Nós, graças a Deus, conseguimos trabalhar, evidentemente tomando todos os cuidados, e abastecemos não somente a produção paranaense e brasileira, mas também conseguimos fazer uma boa exportação.”
Ele também destacou a atuação da ministra da agricultura, na época, Tereza Cristina: “Ela ‘botava a malinha debaixo do braço’ e ia abrir o mercado internacional para vender nossos produtos”.