Jovem autista é impedido de entrar em ônibus de Curitiba com cão de serviço; veja vídeo
Kaito Brito, um jovem autista de 29 anos, foi impedido de entrar em um ônibus do transporte público de Curitiba acompanhado de seu cão de serviço, Bolt. O caso aconteceu na quinta-feira (4). O cão acompanha o estudante no dia a dia e tem treinamento para ajudá-lo a enfrentar as crises.
Kaito conta que o animal estava identificado como um cão de serviço e que precisa dele para frequentar ambientes mais tumultuados, como o transporte coletivo.
“Quando chega em um nível muito extremo eu tenho algo parecido com uma crise epiléptica, coisas que com ele [Bolt] ainda não chegou nesse nível”,
explica o jovem.
O estudante relata que pega o mesmo ônibus há quatro meses, mas mesmo assim o fiscal do terminal alegou que ele não poderia entrar no transporte com Bolt, apenas se o animal fosse um cão guia, usado por pessoas cegas. Mesmo depois de ligar para a Prefeitura, o fiscal manteve o posicionamento e impediu Kaito de entrar no ônibus.
“Mesmo usando o cartão de autistas, mesmo usando um aparato aqui que geralmente eu uso escrito ‘eu sou autista, cuidado ao me tocar’, as pessoas ignoram e às vezes até provocam a gente por ser autista. A gente tenta fazer alguma coisa para as pessoas serem mais educadas, mas elas geralmnete fazem ao contrário. Só que com a presenca dele [Bolt] elas não conseguem fazer isso [provocarem]”,
afirma.
Posicionamento da Prefeitura sobre cães de serviço no ônibus
A Prefeitura de Curitiba se manifestou por meio de uma nota afirmando que o acesso de animais aos ônibus do transporte público é proibido, exceto em casos de cão-guia. No entanto, desde 2015, os autistas são protegidos pela Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência, que permite acesso a uma tecnologia assistiva como os cães de serviço.
Nesta terça-feira (9), a Prefeitura disse que está elaborando uma regulamentação para garantir que pessoas com deficiência possam ser acompanhadas do cão de serviço no ônibus.