Exposição "Muirapiranga no Paraná" chega em Toledo
A exposição “Muirapiranga no Paraná”, da artista visual e escultora Elizabeth Titton está em Toledo, no Oeste do Paraná. As obras estão expostas no teatro da cidade até o dia 31 de março de 2023.
A coleção é composta por 21 esculturas de 40 cm de altura e 15 gravuras relativas aos estudos dos indígenas do Xingu e tem recursos de acessibilidade para pessoas com deficiência visual, com etiquetas em braile, colocadas nas bases das esculturas, além do texto do catálogo com o mesmo recurso. Além disso, conta com códigos virtuais (QR code) para todo o material da mostra, que levam a um canal no Youtube onde estão áudios explicativos sobre o processo de criação e texto crítico.
O nome Muirapiranga é um tributo às árvores e em especial à árvore amazônica, também conhecida como pau-rainha, com sua madeira vermelha que remete à cor da ferrugem das esculturas oxidadas. A árvore é utilizada para a confecção de instrumentos por sua qualidade e dureza.
A visitação pode ser realizada de segunda a sexta, das 08h às 12h e das 13h30 às 17h30, no período da tarde.
Sobre o projeto
O projeto passou pelo espaço expositivo da Funarte, em São Paulo, onde ficou entre 2019 e 2020, com obras de grandes dimensões, que foram integralmente doadas para o Hospital Pequeno Príncipe Norte, no bairro Bacacheri, em Curitiba (PR), e estão expostas permanentemente no jardim da instituição.
A artista quer completar a experiência de perceber o mundo, conforme o pensamento do filósofo francês Maurice-Merleau-Ponty, alertando de que a ciência é sua expressão segunda, pois, primeiro, existem os rios e as montanhas, depois os mapas que as representam, além de refletir sobre a crescente cegueira do homem moderno perante o mundo que habita.
Nas obras há elementos como água, árvores, folhas, flores, peixes, pássaros, nuvens e estrelas que remetem à mitologia das comunidades indígenas do Xingu. A artista reflete sobre o conteúdo da mostra: “As florestas, sempre tão discutidas e pouco preservadas no mundo e no Brasil, existem para nós como uma realidade? Nós, seres urbanos, em nossa maioria apenas as conhecemos por sua representação. A floresta real não nos é vivenciada. Chega a nós pelas mídias. Talvez por isso não sejamos tocados por todos os apelos contra a devastação e eliminação da vida silvestre, já que temos a impressão de que nunca dependemos dela para nossa sobrevivência?”, indaga Titton.
Sobre a artista
Elizabeth Titton é graduada em Administração de Empresas pela Universidade Federal do Paraná (UFPR, 1973) e Pintura pela Escola de Música e Belas Artes do Paraná (EMBAP, 1982). Foi diretora do Museu de Arte Contemporânea do Paraná (MAC-PR), entre 1984 e 1987, e hoje integra o conselho consultivo do espaço. Criadora do Espaço Cultural “Pró-Criar” (1988), instituição que ainda dirige.
Nas décadas de 1970 e 1980, frequentou diferentes cursos de aperfeiçoamento artístico e o ateliê de escultura no Centro de Criatividade de Curitiba. Foi professora do Curso Superior de Escultura da EMBAP (Escola de Música e Belas Artes do Paraná). Tem ativa participação em diferentes associações e conselhos de instituições que se dedicam à promoção e preservação da arte em Curitiba (PR).