Laudo confirma que cachorrinha de médico morreu por agressão, diz Polícia Civil
O laudo da clínica veterinária que fez a necropsia da cachorra Capitu, animal doméstico do médico anestesista de Cascavel, confirmou que a cachorrinha foi agredida. A informação foi confirmada pelo Delegado-adjunto Fernando Zamoner.
“A veterinária emitiu um parecer inicial de como chegou o animal, depois disso o corpo foi encaminhado para uma universidade para que lá fosse feito o exame de necropsia, inclusive já recebemos as imagens, Em princípio foi sim constatado a agressão no animal. A partir de agora o médico veterinário que fez essa análise vai emitir o laudo de necropsia, para apontar as marcas de lesão que o animal apresentava.”
Fernando Zamoner-Delegado-adjunto
Veja o laudo:
O laudo aponta ainda que, ao abrir o crânio da cachorrinha, foram constatadas áreas hemorrágicas multifocais. O resultado do exame foi que houve hemorragia intracraniana severa por traumatismo cranioencefálico.
Durante a manhã desta quarta-feira (12), um mandado de busca e apreensão também foi cumprido no apartamento, onde o médico, de 30 anos, mora, na Rua São Luiz, no Bairro Cancelli.
O mandado expedido pelo Juiz da 3ª Vara Criminal de Cascavel determina que “Bento”, o outro cão do médico, da raça Spitz Alemão, seja recolhido e entregue aos cuidados da ONG de da cidade, Sou Amigo.
Mobilização
Vários representantes de ONG’s e também defensores da causa realizaram uma protesto no pátio da Delegacia de Polícia Civil, no começo da tarde desta quarta-feira (12), pedindo por justiça.
Com faixas ele demonstraram a indignação em relação a morte da cachorrinha Capitu. O médico, suspeito da agressão e morte do animal, irá passar por audiência de custódia durante a tarde, que irá definir se ele responde pelo crime em liberdade.
Sobre o caso
Além das imagens que foram gravadas por testemunhas, imagens do circuito de segurança do prédio onde o médico mora foram divulgadas. O profissional, suspeito de agredir até a morte o próprio animal de estimação, aparece nas imagens, com Capitu nos braços, aparentemente desacordada.
Após a agressão, o profissional de 30 anos, levou o animal a uma clínica veterinária que fica a cerca de 500 metros de seu apartamento, no entanto a cachorrinha não resistiu e morreu. Aos policiais ele confessou a prática do crime e foi detido.
Em coletiva na manhã de terça-feira (11) a polícia informou que o anima foi agredido por ter feito de “xixi” no local errado.
” As informações preliminares dão conta que ele teria usado um pedaço de pau para agredir o animal. O médico relatou que estava a cinco meses, mais o menos, com o cachorro e que teria tentado corrigir, o cão após ele fazer xixi em lugar errado. Ele informou que estava treinando o animal, e por não ter obedecido, ficou estressado com o fato, deu um golpe no cão que convulsionou. Mas o vídeo aponta uma série de golpes contra esse animal.”
Diego Astori Capitão Polícia Militar
O médico foi preso em flagrante por maus-tratos animal, sem direito de fiança. Em depoimento, ele negou que tenha agredido a cachorrinha e disse que ela aparentemente sofreu uma convulsão por estresse após ser corrigida por fazer xixi no lugar errado.
“Eu não bati no animal, que é a minha cachorra, rolou um estresse, eu fui corrigir e eu bati no chão. Ela por si só é escandalosa. Eu tinha limpado, ela fez xixi, eu fui levar para colocar de castigo, mas de pegar no colo, ela já grita e faz xixi, sozinha. Independente de estar brigando ou não. Aí, ela começou a fazer coco e gritar. Aí, eu fui limpar ela e levei para colocar de castigo. Ela continuava gritando, esperneando e eu bati no chão com um chinelo. Aí, ela teve uma convulsão, pareceu talvez uma convulsão, meio que se desfaleceu. Nessa hora, eu liguei para a veterinária, que é veterinária do meu outro cachorro, dos dois, desci com ela reanimando e cheguei para a veterinária”,
disse o médico.
Vida profissional
Em nota, o Conselho Regional de Medicina do Paraná, informou que irá apurar o caso.
O CRM-PR tomou conhecimento da denúncia pela imprensa e aguarda comunicação da autoridade competente para conhecimento dos fatos e possível relação com desvio de conduta ética de profissional médico. Haverá sim instauração de procedimento apuratório.
Nota CRM-PR
De acordo com a Clínica de Anestesiologia do Oeste do Paraná (Caop), a qual o médico era associado, eles não compactuam com nenhum tipo de violência, mas afirmam que é necessário que seja feita uma investigação rigorosa sobre o caso. Além disso, informam que, caso seja provada a culpabilidade, serão tomadas todas as medidas legais dentro da empresa, para que não se perpetue a impunidade.