Curitiba - O presidente da Airbus Brasil, Gilberto Peralta, destacou durante o 5° Seminário de Negócios Internacionais, o potencial brasileiro no cenário global de investimentos, mesmo diante de um contexto de turbulências econômicas e políticas. Para ele, o país reúne características únicas que o colocam no radar de grandes empresas estrangeiras.

Peralta destacou que no Brasil não faltam oportunidades e que é referência mundial em setores estratégicos, como agricultura e energia, além de abrigar a única fábrica de helicópteros do hemisfério sul, em operação há quase 50 anos e em constante crescimento.
Apesar das oportunidades, ele ressalta a necessidade de avanços. “O país precisa melhorar sua infraestrutura e seu arcabouço legal para proteger e dar segurança às empresas”, disse.
No setor aéreo, o presidente da Airbus Brasil vê um caminho promissor para o país.
“A aviação está mudando. O combustível fóssil está dando lugar ao combustível sustentável. O Brasil tem potencial para ser o maior produtor de combustíveis para aviação no mundo, desde que tenha o arcabouço fiscal e legal adequado para viabilizar esse negócio”, afirmou.
Mercado global de empréstimos
Ernesto Meyer, head global de empréstimos sindicalizados do BTG Pactual, explicou a dinâmica do mercado internacional de empréstimos.
Segundo ele, há excesso de liquidez estrutural direcionado à América Latina por parte de bancos internacionais, com potencial para financiar desde aquisições até grandes projetos.
“Se você tem bons contratos e um balanço sólido, é possível fazer uma aquisição e pagar o empréstimo com base na própria empresa adquirida”, explicou.
Tecnologia como motor de investimento
Marcel Malczewski, CEO Quartzo Capital, destacou que o Brasil, apesar de seus problemas estruturais, é fértil para inovação tecnológica.
“O que os empreendedores de tecnologia buscam é resolver problemas onde há dificuldade. E no Brasil, sempre haverá gargalos que podem ser superados com tecnologia”, disse.
Para ele, o país vive um momento de “capital seco” devido aos juros elevados, mas o interesse internacional está voltando. “Quando tivermos estabilidade fiscal e jurídica, veremos muito capital sendo alocado no país, especialmente em tecnologia”, afirmou.
Ele também ressaltou o impacto da inteligência artificial: “Estamos diante de um fenômeno global. A IA vai gerar um ganho de produtividade brutal, e o Brasil fará parte desse movimento.”
Capital, cultura empresarial e internacionalização
Já Vinicius Dutra, CEO Método Dutra, abordou o desafio do acesso a capital e a cultura empresarial brasileira.
“Quando o empresário vai ao banco, ele quer crédito olhando para a garantia, não para o negócio. E, culturalmente, muitos preferem empréstimo a vender participação”, disse.
Segundo ele, empresas que captaram recursos com fundos e buscaram vendas no exterior foram as que mais cresceram.
“O erro é achar que exportar é suficiente. Quando você está fisicamente em outro país, cria relacionamento, confiança e margem”, afirmou.
5° Seminário de Negócios Internacionais
Começou nesta terça-feira (12) o V Seminário de Negócios Internacionais, promovido pela Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) em parceria com o WTC Curitiba, que acontece até o dia 14 de agosto.

Empresários se reúnem no Campus da Indústria para discutir os rumos da indústria paranaense no cenário global. O encontro traz como eixo principal a inovação como estratégia de internacionalização e atração de investimentos estrangeiros.
O Grupo Ric é um veículo de comunicação parceiro do evento.
Quer receber notícias no seu celular? Entre no canal do Whats do RIC.COM.BR. Clique aqui