Lamborghini do ‘Rei do Bitcoin’ será leiloada nesta sexta (22) em Curitiba

Publicado em 22 jul 2022, às 07h27.

A Lamborghini modelo Gallardo que pertencia a Claudio José de Oliveira, o ‘Rei do Bitcoin’, apreendida durante uma operação da Polícia Federal (PF) em julho de 2021, será leiloada nesta sexta-feira (22), em Curitiba. O veículo de luxo, avaliado em R$ 800 mil, terá como lance inicial R$ 629 mil e o valor arrecadado será destinado aos prejudicados pelos golpes investigados pela Operação Daemon.

A Lamborghini chegou a receber uma plotagem da PF e foi utilizada como viatura em eventos, exposições e programas pedagógicos. Em janeiro deste ano, o veículo, que pode ultrapassar os 300 km/h, foi exposto em um shopping de Londrina, no norte do estado. O carro não foi utilizado em operações policiais de patrulha e perseguições.

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(Foto: João Ramondini/RICtv)

Fotos e informações do leilão da Lamborghini

O veículo foi apreendido em uma ação deflagrada em julho de 2021 que apurou possíveis fraudes praticadas por um grupo empresarial na negociação de criptoativos. Conforme apurado, o “Rei do Bitcoin” tinha ligação com várias corretoras de valores, que começaram a ser investigadas em 2019, após o proprietário de uma delas dar queixa à polícia alegando que tinha sido vítima de um ataque cibernético. Nele, os valores de todos os credores ficaram bloqueados.

Nesta sexta-feira (22) será realizado o primeiro leilão do veículo, a partir das 10h20. O lance inicial é de R$ 629 mil, caso não haja compradores, a Lamborghini volta a leilão no dia 29 de julho.

Confira informações do leiloeiro sobre o automóvel: VEÍCULO LAMBORGHINI/GALLARDO C4, Cor: Preta, Combustível: Gasolina, Tipo: Passageiro/Automóvel, Ano de Fabricação e Modelo: 2009/2010, Número do Chassi: ZHWGE51U5ALA09317, Placa: EVJ-0007, RENAVAM: 0017.826613-2. Estado do veículo: Veículo em regular estado, com boa aparência, com alguns riscos e avarias.

Veja fotos da Lamborghini:

Operação Daemon

Cláudio, em conjunto com outras seis pessoas, que acabaram inocentadas no processo, abriram diversas empresas para administrar criptomoedas. Elas funcionavam como uma espécie de corretora, em que os clientes depositavam dinheiro para a compra e administração de criptomoedas. A promessa era de altíssimos rendimentos e de brindes de luxo aos investidores.

Conforme o Ministério Público Federal (MPF), Cláudio levava uma vida luxuosa e retirava bastante dinheiro das empresas para manter a vida boa dele e de Lucinara. Apesar de separados, diz a investigação, eles continuavam agindo juntos no crime. Depois de captar dinheiro de mais de seis mil pessoas e vendo que as empresas iam “quebrar” diante de tantos saques, diz o Ministério Público, Cláudio começou a tirar todos os bens de seu nome e abriu falência.

Repentinamente também, em 2019, interrompeu as operações da corretora, alegando aos clientes que era porque tinham sido vítimas de fraudes em seus sistemas. Na ralidade, diz o processo penal, a declaração pública aos clientes foi uma artimanha de Cláudio e Lucinara para acalmar os clientes, que não conseguiram mais sacar no banco o dinheiro investido, e para embaralhar a investigação policial.

Além de golpes envolvendo criptomoedas, Cláudio e Lucinara chegaram a passar um tempo nos Estados Unidos, em 2013, já fugindo da condenação na Suíça, aplicando golpes de pirâmides envolvendo cirurgias plásticas e rifas para ajudar pessoas com câncer.

Já no Brasil, e depois da falência da rede de empresas de criptomoedas, a Polícia Federal investigou o caso e realizou a operação Daemon, na qual prendeu Cláudio, Lucinara e mais três pessoas. Também houve o cumprimento de mandados de busca e apreensão, nas quais a polícia arrecadou o montante de mais de R$ 6 milhões em jóias, relógios, carros, bolsas de luxo e até imóveis residenciais e comerciais, na grande Curitiba e em Goiás. A chácara que Cláudio tinha, em São José dos Pinhais, tinha até um bunker (quarto do pânico).

Depois de dar um enorme golpe e tomar o dinheiro de mais de 6 mil pessoas, O ‘Rei do Bitcoin’ foi condenado a oito anos e seis meses de prisão em regime fechado. Já a ex-mulher de Cláudio, Lucinada da Silva Oliveira, também foi condenada. Ela pegou dois anos e cinco meses de pena, porém poderá cumpri-la em liberdade.