'Geada negra': entenda como ocorre e quais regiões têm mais riscos no PR
Uma forte massa de ar polar avança pelo Paraná nesta terça-feira (17) derrubando as temperaturas. As previsões do Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simpar) indicam a possibilidade de ocorrência de “geada negra”, principalmente entre o sudoeste e o centro-sul do estado.
Isso seria causado por conta do vento, que se mantém mais persistente, associado ao ar mais gelado. O risco de “geada negra” também se mantém na quarta-feira (18), conforme o Simepar.
A previsão do Alerta Geada, do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR), também aponta para possibilidade de gear no estado, exceto no litoral. Há previsão de geadas fracas nas regiões norte, noroeste, oeste e sudoeste. Nas demais localidades, é possível que a intensidade seja moderada.
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Mas, afinal, o que é a “geada negra”?
Em 1975, uma “geada negra” devastou os cafezais paranaenses e se tornou uma pá de cal na predominância da atividade agrícola no estado. Dado ao histórico, o nome passou a “assustar” quando é citada a possibilidade de ocorrência do fenômeno.
O meteorologista do Simepar Reinaldo Kneib explica que as geadas ocorrem quando há deposição de gelo sob a superfície, em razão do frio intenso, e o solo está abaixo de 0ºC.
“Nós medimos a temperatura dois metros acima do solo para tentar refletir onde as pessoas estão. Estudos mostram que há uma diferença de 3ºC a 4ºC da temperatura do solo. Então, a temperatura está em torno de 3ºC ou 4ºC, provavelemente o solo estará a 0ºC”,
explica o meteorologista.
De acordo com ele, as geadas se dividem em “branca” e “negra”. Na primeira, marcada pela ausência de vento, céu aberto e massa de ar frio muito intensa, forma-se uma camada de gelo por cima das folhas. Já a segunda, está associada ao vento frio e constante, com a temperatura do solo necessariamente em 0ºC ou abaixo.
“As plantas em uma região exposta a esse vento frio e constante ressecam, causando a morte do tecido vegetal. Essa geada chamada de negra mata a seiva, em termos populares tira toda a umidade da planta”,
afirma Kneib.
Apesar do risco de geadas mais intensas, a agrometeorologista Angela Costa, do IDR em Londrina, no norte do Paraná, explica que os eventos mais drásticos ocorreram nos meses de junho e julho no estado. A de 1975, por exemplo, ocorreu em 18 de julho.
“Em maio não tivemos [geadas fortes], podem ter ocorrido eventos menores”, diz.
Recomendações
Com o fenômeno, na cafeicultura recomenda-se o enterrio de mudas. Hortaliças, leguminosas, árvores frutíferas tropicais recém-plantadas e demais culturas sensíveis devem ser protegidas com aquecimento, irrigação ou cobertura, enquanto granjas de aves e suínos precisam ser aquecidas.
O IDR do Paraná oferece o serviço Alerta Geada por meio de diversos canais, pelas redes sociais oficiais e pelo Disque Geada (43) 3391-4500.