Curitiba - A família ainda é importante. Não por representar um ideal inalcançável, mas por ser real, concreta, viva. É justamente nesse espaço imperfeito — repleto de falhas, tentativas e recomeços — que a vida encontra abrigo. A família não se resume a um retrato idealizado; ela se revela como um mosaico de afetos, de presenças e ausências, de encontros e desencontros que sustentam quem somos.

O cuidado que floresce na imperfeição
O cuidado familiar não nasce da perfeição, mas da disponibilidade. Ele brota dos gestos simples, dos erros que pedem perdão, dos silêncios que acolhem. Ao cuidar, mesmo sem saber exatamente como, os vínculos se fortalecem. A imperfeição não bloqueia o afeto — ao contrário, ela o torna mais humano e verdadeiro.
A rotina que ensina a amar
A rotina familiar se constrói entre repetições e improvisos. Embora nem sempre haja harmonia, a presença persiste. É no cotidiano que aprendemos a amar com paciência, a respeitar limites e a celebrar os pequenos momentos. Assim, mesmo sem perfeição, a rotina ganha significado e profundidade
A ausência que revela o valor da presença
Cada ausência dentro da família desenha contornos e revela o valor da presença. A falta de alguém, de um gesto ou de uma palavra mostra o quanto o outro importa. Mesmo nas falhas, há aprendizado. A ausência ensina, marca e transforma. Nesse movimento, a identidade se constrói e se fortalece.
A palavra que se transforma em gesto
Nem toda palavra dita em família soa doce. No entanto, quando se transforma em gesto — em cuidado, escuta ou abraço — ela ganha corpo e sentido. A palavra encarnada não exige perfeição, mas sim intenção. Ao viver o que se diz, os vínculos se firmam e se aprofundam.
A mesa como espaço de reconstrução
A mesa familiar nem sempre se apresenta em harmonia. Há dias de discussões, silêncios e desencontros. Ainda assim, é ali que se tenta de novo, que se compartilha o pão e o afeto. A mesa se torna território de reconstrução, onde os laços se renovam mesmo entre os cacos.
O pertencimento que nasce do imperfeito
A família representa o primeiro lugar onde aprendemos a pertencer. Não por ser perfeita, mas por permanecer. É onde podemos errar e, mesmo assim, continuar sendo amados. Nesse chão imperfeito, a identidade se desenvolve, o ser se afirma e o afeto se transforma em raiz.
Sim, a família ainda é importante!
Mesmo sem perfeição, a família continua sendo o espaço onde a vida se torna relacional. É ali que os vínculos se entrelaçam, sustentam e moldam quem somos. No imperfeito, o afeto floresce. E é nele que a identidade encontra solo fértil para crescer.