Dia 13 de agosto é dia do economista, essa profissão que pouca gente (às vezes, nem mesmo os próprios) entende, e que é normalmente associada aos números e ao mercado financeiro. Mas um economista é muito mais do que isso. Por isso, hoje eu vim contar para vocês o que faz um economista, afinal de contas. A frase é clássica: “você é economista? Então você sabe economizar?”

Apesar de um pouco irritante, a frase tem seu fundo de verdade. Nós temos como principal matéria de estudo a escassez, mas não apenas de dinheiro: de pessoas, de tempo, de tudo o que é limitado e que atribuímos valor. Em geral as pessoas imaginam esse profissional como aquela pessoa com perfil de exatas, que entende tudo sobre mercados de ações, trabalha em bancos e só pensa em dinheiro. Na realidade, o curso de Ciências Econômicas faz parte da área de Ciências Sociais Aplicadas e tem bastante de humanas. A matemática para os economistas é um instrumento, uma linguagem, nunca um fim.
Economia tem mais a ver com psicologia do que com matemática
Sempre digo aos meus alunos que a economia está mais para a psicologia do que para a matemática, porque no fundo, estudamos e teorizamos a respeito do comportamento humano. Se todo o sistema monetário e o dinheiro acabasse da noite para o dia em um apocalipse e restassem apenas duas pessoas na terra, uma delas iria olhar à sua volta, ver os recursos de que dispunha e então desejaria um pouco do que o vizinho possui: aqui nasceria o preço, com base no valor que as pessoas atribuem às coisas e o quanto você abriria mão de uma coisa para ter outra.
E eles estão por toda parte: nos bancos, no governo, na academia, e várias personalidades que muitos nem imaginam também estudaram Ciências Econômicas: Mick Jagger, do Rolling Stones, Bernardinho da seleção brasileira, o nadador Gustavo Borges, Arnold Schwarzenegger, Elon Musk, entre outros. Mas considero que o profissional economista demora um pouco mais para ficar pronto. Por isso, financeiramente, quando terminam suas graduações, profissionais da administração e da contabilidade, por exemplo, tendem a ganhar mais ou terem mais chance de estarem empregados.
No entanto, é no médio e longo prazo que a profissão rende mais: procure comparar os cursos de graduação dos CEOs das maiores empresas do mundo e do Brasil. Além disso, o economista se ramifica em diversas áreas assim que decide que caminho seguir após sua graduação, seja na academia, no mercado ou no governo.
Não se prenda ao significado que damos a “economizar”. Economia tem mais a ver com como nos comportamos para administrar nossos recursos, sempre escassos. Quando você acorda e toma a primeira decisão do que fazer, está gerindo recursos; quando você pensa demais ou age por impulso, está gerindo seus recursos mentais; quando você decide estudar ou trabalhar, ou ainda assistir uma série, está gerindo recursos; quando você vive, está gastando seu bem mais precioso, o tempo; isso tudo é economia. Como me disse certa vez uma professora querida e economista experiente, Cleonice Bastos, “economia é a vida”. Pense sobre isso, essa frase diz muito mais do que parece.
R. J. Dabliu é economista, professor universitário, compositor e palestrante. É autor dos livros “Mill Sentidos da Vida: um café com futuros economistas”, “O conto da raposa vermelha” e apresentador na série de vídeos para o YouTube, “EU NÃO LI SHAKESPEARE”.
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