
Terceiro dia de paralisação do transporte público é marcado por frota menor que a exigida e caos em Curitiba
A greve do transporte coletivo, que completa três dias nesta sexta (17), transformou Curitiba em um verdadeiro caos. Um total de 192 quilômetros de vias congestionadas, demora nas linhas de ônibus disponíveis e uma frota abaixo da mínima estipulada transformaram a rotina do povo curitibano.
Uma decisão judicial definia a quantidade de 50% de veículos nas ruas em horários de pico (de 5h às 9h e das 17h às 20h) e 40% nos outros horários, mas, segundo a Urbs, havia em torno de 38% dos veículos nas ruas no final da tarde. A multa aplicada ao Sindimoc, por descumprimento do número de frota mínima disponibilizada, é de R$ 100 mil por hora.
Entre as 15h e as 19h desta sexta, o TRT realizou uma audiência para colocar um fim à greve dos motoristas e cobradores. O impasse continuou e haverá nova reunião na terça, às 14h30.
Na audiência o Setransp, segundo informações do Twitter do TRT, alegou que o repasse do aumento de 15% da passagem (que foi realizado em fevereiro) não é direcionado para as empresas de ônibus, e sim para o município de Curitiba.
A Urbs, em contrapartida, informa que não será realizado reajuste da passagem para 2017 e que o aumento é destinado aos salários dos trabalhadores e à manutenção dos veículos. O órgão ainda alega que, dos 15% de aumento, R$ 3,66 são utilizados para ressarcir as empresas, sendo o restante direcionado ao Fundo de Urbanização de Curitiba.
Comparável a São Paulo
O aumento de carros nas ruas, causado pela greve geral, ocasionou 192 quilômetros de vias congestionadas às 18h37. Para se ter uma ideia, o recorde de congestionamento registrado em São Paulo durante as paralisações de ontem (15), atingiu 201 quilômetros.
Em Curitiba, para os cidadãos que ficaram em estações-tubo e pontos de ônibus a espera está variando de 20 minutos a uma hora e meia.
Os biarticulados que atendem o eixo Leste-Oeste de Curitiba foram substituídos por ônibus articulados, e os passageiros estão embarcando fora das estações-tubo. Foi combinado, entre a Urbs e a Setransp, a retirada de cobradores das estações.
Segundo boatos, marginais estariam se aproveitando da confusão ocasionada pela greve para roubar passageiros – passando-se por cobradores, por exemplo. Isso indignou o Sindimoc, que, em nota, promete formalizar uma notícia crime na Delegacia de Polícia Civil o mais breve possível.