Os auditores da Receita Federal devem decretar greve a partir desta sexta-feira (14). A categoria lotou o Congresso Nacional nesta terça-feira (11) na tentativa de pressionar os deputados na votação de um destaque que incluía os auditores na PEC 443. A proposta atrela a remuneração de categorias como a dos Advogados Gerais da União (AGU) ao salário dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). No entanto a inclusão dos auditores foi derrubada, e a categoria culpa o governo pela não aprovação da medida.
Diante da derrota no Congresso, uma assembléia foi convocada para a próxima sexta-feira para decidir sobre a greve por tempo indeterminado. A pedido do secretário da Receita Federal, Jorge Rachid, representantes da categoria estão reunidos com o secretário de Relações do Trabalho do Ministério do Planejamento, Sérgio Mendonça, mas a avaliação de auditores ouvidos pela reportagem é de que a greve dificilmente será evitada.
A greve pode dificultar ainda mais o esforço da Fazenda para aumentar a arrecadação de tributos. De braços cruzados, os auditores deixam de executar desde tarefas como a cobrança de multas em atraso até o processamento do pagamento de tributos. Segundo dados da Associação Nacional dos Auditores da Receita Federal (Unafisco), o volume de autuações feito pelos auditores fiscais chega a R$ 12 bilhões por mês.
A categoria vem fazendo manifestações pontuais pedindo reajustes e outros benefícios para a carreira desde o ano passado, mas, diante com o ajuste fiscal, o governo alega que as negociações têm de ser feitas em conjunto com o restante do Executivo.