Depois de uma nova rodada de negociações entre bancos e sindicato para tentar evitar a greve dos bancários, anunciada para começar nesta terça-feira (30), a paralisação deve ser mantida. A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) propôs um aumento salarial de 7,35%, valor acima dos 7% oferecido anteriormente. Mas os dirigentes sindicais consideram a nova oferta insuficiente, pois permanece muito abaixo do aumento de 12,5% esperado pelos trabalhadores. Os bancos também elevaram o índice de reajuste dos pisos de 7,5% para 8%.
A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf), que representa 90% dos 480 mil bancários brasileiros, informou que a proposta será submetida à votação na próxima segunda-feira (29). Se for rejeitada, a greve está confirmada.
“O Comando Nacional dos Bancários considerou a nova proposta insuficiente não somente do ponto de vista econômico, mas também porque ignora completamente as demais reivindicações da pauta de reivindicações da categoria”, informou a categoria, em nota.
Os trabalhadores pedem reajuste salarial de 12,5% e piso salarial de R$ 2.979,25, entre outras reivindicações, como fim das metas, consideradas abusivas, combate ao assédio moral e isonomia de direitos para afastados por motivo de saúde.
A proposta dos bancos representa um pequeno aumento real dos rendimentos, dada a inflação de 6,5%, segundo o sindicato. O salário médio mensal de um funcionário de banco no Brasil é de R$ 4,6 mil, mais do que o dobro do salário médio do país, de R$ 2,1 mil por mês.
No ano passado, as negociações começaram com um pedido de 11,93% de aumento e terminaram com um acordo de 8%, após cerca de um mês de greve.
Greves por melhores salários tornaram-se uma ocorrência anual no Brasil nos últimos anos, quando os lucros das instituições financeiras aumentaram mesmo em meio a um crescimento econômico modesto. Apesar de incomodar os clientes, as greves raramente têm grande impacto sobre as operações ou lucros dos bancos, já que analistas apontam que os brasileiros adiam as solicitações de empréstimos.
No ano passado, o movimento trabalhista não teve impacto significante sobre as ações do Banco do Brasil, Itaú Unibanco, Bradesco e Santander Brasil. Fonte: Dow Jones Newswire.
Consumidor
De acordo com o Departamento Estadual de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon-PR) o consumidor não deve ser prejudicado durante uma possível greve. O órgão lembra, entretanto, que os bancos oferecerem diversos meios alternativos para o pagamento de contas, como lotéricas, representantes bancários, supermercados, caixas eletrônicos ou internet. Porém, caso exista alguma fatura que precise ser quitada em um banco do qual o usuário não seja correntista, não poderá ser cobrado nenhum tipo de acréscimo no valor da conta, como juros ou multa. Caso o consumidor seja lesado de alguma forma deve procurar o Procon.