Mesmo depois do acordo entre o Governo Federal e os caminhoneiros, selado após longa e tensa reunião em Brasília na noite desta quarta-feira (25), as estradas do Paraná continuam bloqueadas. O número de trechos interditados aumentou na manhã desta quinta-feira de 41 para 53.

Na reunião com a categoria o presidente da Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA), Diumar Bueno, afirmou que os representantes presentes à mesa de negociação aceitaram as propostas feitas pelo Governo Federal. Apesar disso, o fim das manifestações ainda não é consenso entre os caminhoneiros do Paraná. O número de lideranças que promovem os protestos é muito grande, e isso dificulta um consenso geral.

 

Confira os trechos de rodovias bloqueadas no Paraná

Durante a longa reunião, iniciada às 11h de quarta, os representantes dos caminhoneiros bateram pé em relação ao preço do diesel. Porém, o governo sugeriu apenas discutir uma nova fórmula de reajuste do preço do frete e iniciar uma discussão sobre a prorrogação do Procaminhoneiro, que permite o financiamento de veículos pelo BNDES.

O governo prometeu sancionar a Lei dos Caminhoneiros sem vetos, além de prorrogar por 12 meses o pagamento de caminhões por meio do Programa Procaminhoneiro. Será criada também, por meio de negociação entre caminhoneiros e empresários, uma tabela referencial de frete. O governo deve mediar este ítem, à pedidos dos próprios caminhoneiros.

Para Dilmar Bueno, o acordo foi vitorioso e garantiu ganhos históricos para a categoria. “Diante da gravidade da situação atual do país, nós pedimos a sensibilidade dos caminhoneiros de liberar as rodovias pelas conquistas que tiveram aqui”, disse Diumar. Porém, ele ressaltou que não poderia garantir o fim dos bloqueios.

O ministro dos Transportes, Antônio Carlos Rodrigues, destacou que o acordo será cumprido somente após o fim dos protestos. “Só vai ser cumprido o que nós combinamos na hora em que as estradas forem liberadas”, disse.

Os protestos em rodovias estaduais e federais atingiram mais de dez estados do Brasil e começaram a afetar o abastecimento de alimentos, medicamentos e combustível em algumas cidades, especialmente as localidades mais afastadas.

Confira a reportagem exibida no Paraná no Ar: