O número de emissão de placas pretas, que identificam veículos de coleção, aumentou 14% em um ano no Estado, segundo divulgação do Departamento de Trânsito do Paraná (Detran) nesta sexta-feira (23). Atualmente, são mais de 1,9 mil registradas e o Paraná é um dos lideres no ranking de placas e clubes de colecionadores no Brasil, ficando atrás apenas de São Paulo e Rio Grande do Sul.

Cerca de 75% da frota de coleção está em Curitiba e 25% no Interior, que impulsionou o crescimento com o dobro da média do Estado, 28% de aumento entre abril do ano passado e o mesmo período de 2014.

Do total de veículos de placa preta registrados no Paraná, 1.725 são carros, 103 são motos e 51 são caminhonetes. A maioria dos veículos é nacional (1.006) e 935 são de fabricação estrangeira. No topo da lista estão os carros das marcas Ford e Volkswagen.

“Os veículos de coleção, além do valor histórico, tem valor sentimental. São carros que remetem ao passado, que lembram de um parente que teve um carro igual, ou histórias da juventude”, conta o diretor-geral do Detran, Marcos Traad.

De acordo com a Federação Brasileira de Carros Antigos, a procura pela placa preta tem crescido em todo Brasil, nos últimos três anos. Uma das vantagens apontadas é que, além de atestar a originalidade, obter essa plaqueta pode significar uma valorização de até 30% no preço do veículo. Os carros de coleção também dispensam o uso de itens obrigatórios após a fabricação do veículo – desde que atendam as normas dos órgãos de trânsito, certificação e cadastro.

Exigências
Para obter a identificação especial, o veículo deve ser certificado junto ao órgão de trânsito, ter mais de 30 anos de fabricação, comprovação de uso de 80% das peças originais e manter, pelo menos, 70% de bom estado de conservação.

O Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) exige que o veículo se adeque a espécie coleção. Para conseguir o Certificado de Originalidade – um dos itens a ser cumprido – o proprietário precisa ir a um clube credenciado ao Denatran e passar pelos testes de mecânica, estrutura, entre outros.

Custos
O custo médio entre avaliação e emissão do certificado é de mil reais. Depois de ter a certificação é necessário pedir a mudança de categoria junto ao Detran, ao custo de R$ 135,65.

De acordo com Marcus Vinícius Conte, diretor-geral do Studio Phoenix, especializado em restauração de carros antigos, a restauração dos veículos leva de 800 a 1.500 horas de trabalho, ao custo de R$ 220 a hora.

Segundo Conte, hoje há uma profissionalização do mercado e o alto investimento do colecionador é justificado. “Na restauração respeitamos o padrão de cores, tecidos, desenhos originais e deixamos o veículo como saiu de fábrica”, explica.