
Acidente, que matou dois jovens em 2009, recentemente foi reconstituído e voltou à pauta do Supremo
O Supremo Tribunal Federal, na relatoria do ministro Gilmar Mendes, recusou por unanimidade nesta terça-feira (7) o último recurso da defesa de Carli Filho, que em maio de 2009 provocou acidente que matou Gilmar de Souza Yared e Carlos Murilo de Almeida. Agora, o juiz da Segunda Vara do Tribunal do Júri de Curitiba poderá marcar o julgamento.
Em maio de 2017, Gilmar Mendes havia retirado o processo da pauta do Supremo.
No último dia 12 de outubro, o acidente foi reconstituído.
O caso
Após o acidente, exame feito em Carli Filho, então deputado, mostrou 7,8 decigramas de álcool por litro de sangue, medida acima da permitida. A Justiça, no entanto, desconsiderou o laudo como prova porque Carli Filho estava inconsciente no momento em que o teste foi realizado.
Filho estava com 130 pontos na carteira de habilitação e, portanto, com o direito de dirigir suspenso.
Segundo a denúncia, ele dirigia a uma velocidade “entre 161 km/h e 173 km/h” em um trecho em que a máxima permitida era de 60 km/h. Tudo se passou no Batel, bairro curitibano. O carro do ex-parlamentar praticamente “decolou” e passou por cima do veículo das vítimas, arrancando o teto. Gilmar, então com 26 anos, e Carlos, então com 20, morreram na hora.
Após o acidente, Carli Filho renunciou ao cargo de deputado.
Em 2014, a 1.ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) entendeu que o ex-deputado assumiu o risco de matar ao dirigir em alta velocidade e depois de consumir bebida alcoólica, e mandou o caso para o júri popular. O julgamento, no entanto, foi suspenso por uma liminar concedida pelo ministro Ricardo Lewandowski.
Em maio de 2016, Carli Filho divulgou um vídeo pedindo perdão às mães dos jovens mortos. Em resposta, a deputada Chistiane Yared afirmou que o ex-deputado estava “sete anos atrasado para o enterro” do seu filho e que não sentiu sinceridade no pedido de perdão.