A notícia de que o serviço de streaming Netflix, deve investir mais de U$ 5 bilhões em conteúdo original no ano de 2016, é um dos fatos que deixa claro o crescimento e a ascensão do mercado de entretenimento On demand.
Netflix, Amazon, entre outros serviços de streaming estão revolucionando a maneira de enxergar e consumir a sétima arte, é inegável que existem variados benefícios disponibilizados pelos mesmos, alguns deles? O preço é altamente convidativo, existe a possibilidade de múltiplos acessos ao mesmo tempo, o que entre aspas parece um problema para a Netflix, que após uma pesquisa de mercado, analisou e comprovou que 31% de seus usuários americanos não usam as próprias contas para usufruir do serviço. A curadoria de conteúdo (muitas delas exclusivas), é realmente de muita qualidade, existe uma alta gama de filmes, séries, documentários, musicais, animações e shows, que suprem as necessidades de todos os tipos e gêneros de espectadores, além disso o conteúdo é exibido de maneira estratégica e inteligente, já que existem inúmeras subcategorias e até filmes recomendados para os usuários de acordo com os dados de seus últimos acessos.
Bom, poderíamos ficar citando diversos e diversas facilidades e qualidades que o streaming On- demand apresenta, mas a discussão começa quando muitos amantes do gênero mercadológico alegam que esse tipo de serviço será o futuro do cinema. Ok, concordemos que House of Cards, Orange is the New Black, Daredevil, Beasts of No Nation e Bojack Horseman são só algumas das grandes produções originais da Netflix, e já provaram que podem fazer produções de qualidade, tanto séries como filmes, mas mesmo com tudo isso o serviço não é um cinema.
A verdade é que todo Studio System está se sentindo ameaçado pelo streaming On- demand, reflexo de tal ameaça é a exclusão de obras cinematográficas originais da Netflix indicadas ao Oscar 2016, ou até mesmo a grande concorrência pela distribuição do filme Birth of a Nation, obra cinematográfica independente bastante aclamada e grande ganhadora do Festival Sundance de Cinema 2016. Nate Parker, diretor, produtor e ator do filme vendeu os direitos de distribuição do longa a Fox Searchlight pelo valor de U$: 17,5 milhões, mesmo sendo um altíssimo valor, por sinal o maior já vendido na história do Sundance, ainda assim foi inferior ao valor oferecido pela Netflix, que disponibilizaria U$ 20 milhões, mas então porque o diretor optou pela Fox Searchlight?

