Embora a Terra seja o único planeta do Sistema Solar que seja conhecido por ter vida, astrônomos estão constantemente explorando a possibilidade de vida extraterrestre. Alguns corpos celestes, como planetas e astros, apresentam condições que poderiam sustentar formas de vida.

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A maioria dos planetas do Sistema Solar teria muita dificuldade em abrigar vida extraterrestre (Foto: Ilustração/Pixabay)

Para abrigar vida, um corpo celeste precisa ter oito condições específicas. Por mais que a possibilidade de outras formas de vida serem possíveis, as formas mais conhecidas pela ciência dependem desta série de fatores.

  • 1. Água líquida

    A água é fundamental para os processos bioquímicos que sustentam a vida como a conhecemos. Ela serve como solvente para muitas reações químicas essenciais à vida e é necessária para a manutenção das células e dos organismos.

    • 2. Temperatura adequada

    Para que a água permaneça líquida, é preciso uma temperatura dentro de uma faixa específica, nem muito quente nem muito fria. A zona habitável, ou “zona dourada”, é a região ao redor de uma estrela onde as temperaturas permitem a presença de água líquida.

    • 3. Atmosfera

    Uma atmosfera protetora é crucial para proteger a vida extraterrestre dos perigos do espaço, como radiação ultravioleta intensa e radiação cósmica. Além disso, ela ajuda a regular a temperatura e pode fornecer gases essenciais, como oxigênio ou dióxido de carbono, dependendo do tipo de vida que o planeta abriga.

    • 4. Composição química adequada

    A vida depende de certos elementos químicos, principalmente carbono, hidrogênio, nitrogênio, oxigênio, fósforo e enxofre. Esses elementos são essenciais para formar as moléculas orgânicas, como proteínas, ácidos nucléicos e lipídios, que compõem os organismos vivos.

    • 5. Fonte de energia

    A vida precisa de uma fonte constante de energia para funcionar. Na Terra, a maior parte da vida depende da luz solar, que é captada pelas plantas e outros organismos fotossintéticos. Em outros planetas, pode haver outras fontes de energia, como reações químicas (quimiossíntese), se não houver luz solar suficiente.

    sol e terra
    A vida extraterrestre depende de energia solar (Foto: Ilustração/Pixabay)
    • 6. Gravidade

    A gravidade adequada é importante para a manutenção de atmosferas, oceanos e para o próprio funcionamento biológico. A gravidade também influencia o desenvolvimento de organismos, a estrutura das células e a interação de moléculas.

    • 7. Estabilidade orbital

    A órbita do planeta deve ser estável ao longo do tempo, para evitar grandes mudanças climáticas ou condições que possam dificultar o desenvolvimento da vida extraterrestre.

    • 8. Proteção magnética

    Um campo magnético, como o da Terra, pode proteger o planeta da radiação solar e de partículas carregadas que poderiam remover a atmosfera do planeta ao longo do tempo.

    Onde pode haver vida extraterrestre no Sistema Solar?

    Levando em consideração as condições para se ter vida extraterrestre, existem cinco corpos celestes no Sistema Solar que são tem a maior chance. Não levando em consideração o planeta Terra, confira os locais que podem ter vida extraterrestre:

    Marte

    Marte sempre foi o principal alvo das pesquisas sobre vida extraterrestre. Isso ocorre porque, no passado, o planeta vermelho teve condições muito semelhantes às da Terra, com a presença de água em estado líquido. Cientistas encontraram sinais de antigos leitos de rios, lagos e até mesmo oceanos em Marte, indicando que, no passado, o planeta poderia ter abrigado vida.

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    De acordo com as pesquisas mais recentes, Marte é o planeta mais parecido com a Terra (Foto: Ilustração/Pixabay)

    Embora Marte seja um ambiente frio e seco hoje, evidências de água salina, que poderiam existir sob a superfície, ainda são encontradas. Alguns cientistas acreditam que organismos microscópicos poderiam sobreviver em regiões subterrâneas, onde a água permanece líquida.

    Lua Europa

    Europa, uma das luas de Júpiter, tem atraído grande interesse por sua superfície gelada e pelo oceano líquido abaixo dela. Acredita-se que Europa tenha um oceano profundo, protegido por uma camada de gelo, que poderia criar um ambiente propício para a vida, isolado dos perigos da radiação intensa que atinge a lua.

    Este oceano subterrâneo, que seria aquecido pela energia gerada por interações gravitacionais entre Europa e Júpiter, pode ter condições adequadas para a vida. A pesquisa sugere que esse ambiente poderia ser uma espécie de “habitat de vida extremófila”, onde microorganismos semelhantes aos que existem nas fontes termais da Terra poderiam sobreviver.

    Lua Encélado

    De acordo com pesquisas realizadas pela Nasa, Encélado, uma das luas de Saturno, é outra lua que desperta grande interesse no campo da astrobiologia. Similar à Europa, Encélado tem um oceano subterrâneo que poderia, em tese, sustentar vida. A evidência de água líquida sob a superfície foi confirmada por plumas de vapor d’água e compostos orgânicos que jorram de fissuras na crosta de gelo da lua.

    Além disso, Encélado também apresenta sinais de atividade geotérmica, o que pode indicar que a lua possui fontes de calor, semelhantes às fontes hidrotermais que encontramos no fundo dos oceanos terrestres, onde formas de vida extremófilas prosperam.

     Lua Titã

    Já Titã, a maior lua de Saturno, é uma das mais intrigantes do Sistema Solar. Embora sua atmosfera densa e rica em metano não seja diretamente compatível com a vida como conhecemos, as condições de Titã são tão extremas que poderiam abrigar formas de vida baseadas em uma bioquímica completamente diferente da nossa.

    Titã possui lagos e rios formados por metano líquido, em vez de água. Embora isso não seja um ambiente tradicionalmente associado à vida, alguns cientistas sugerem que poderia haver organismos capazes de viver em condições tão alienígenas, utilizando metano como solvente em vez de água.

    Vênus

    Embora Vênus seja conhecido por ser um planeta extremamente quente e inóspito, novas pesquisas sugerem que ele poderia ter sido habitável no passado. A presença de nuvens de ácido sulfúrico e temperaturas abrasadoras hoje dificulta qualquer hipótese de vida, mas alguns cientistas estão investigando a possibilidade de que Vênus tenha tido oceanos em seu passado remoto.

    Recentemente, uma hipótese foi levantada sobre a possibilidade de vida nas camadas mais altas da atmosfera de Vênus, onde as temperaturas e pressões seriam mais amenas. Pesquisas recentes encontraram sinais de fosfina na atmosfera de Vênus, um composto químico que na Terra é associado à atividade biológica. Embora os cientistas ainda debatem a origem da fosfina, ela pode ser um indício de que processos biológicos ainda não compreendidos podem ocorrer em Vênus.

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    Mariana Gomes

    Repórter

    Formada em Jornalismo pela PUCPR, especialista na área de Esportes, Cultura e Segurança, além de assuntos virais da internet e trends das redes sociais.

    Formada em Jornalismo pela PUCPR, especialista na área de Esportes, Cultura e Segurança, além de assuntos virais da internet e trends das redes sociais.