Desde o dia 8 de dezembro, nove acidentes com águas-vivas foram registrados nas praias paranaenses
A Secretaria Estadual da Saúde (Sesa) está monitorando o comportamento das águas-vivas no litoral paranaense. O objetivo é avaliar o risco de aumento no número de casos de acidentes com esses animais, sobretudo por conta da chegada dos veranistas para a temporada de verão.
Dados preliminares apontam que não há surto na região e o número de animais encontrados nas praias está dentro do normal para a época. “Mesmo assim, a recomendação é que os banhistas fiquem atentos e sempre busquem entrar na água em locais cobertos por guarda-vidas”, afirma a chefe da Divisão de Zoonoses e Intoxicações da Secretaria da Saúde, Tânia Portella.
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Desde o dia 8 de dezembro, nove acidentes com águas-vivas foram registrados nas praias paranaenses. Os casos aconteceram em balneários de Pontal do Paraná (6) e Matinhos (3). As informações são do Corpo de Bombeiros, responsável pelo primeiro atendimento às vítimas.
Segundo Tânia, a tendência é que esse número aumente nas próximas semanas. “As águas-vivas estão em seu habitat natural e por isso o que podemos fazer é monitorar as condições da água e orientar os veranistas sobre o local adequado para se banhar com segurança”, explica Tânia.
Litoral norte
Por enquanto, os únicos locais com maior número de concentração de águas-vivas são Superagui e Ilha das Peças. Nessas regiões, técnicos da Secretaria da Saúde encontraram centenas de animais mortos na orla. “Houve locais que contamos cerca de 90 águas-vivas em uma faixa de 300 metros de areia”. Isso significa que, por enquanto, há uma concentração de águas-vivas no litoral norte do Paraná, não afetando tanto os balneários preferidos pelos paranaenses em Pontal do Paraná, Matinhos e Guaratuba. “Visitamos também essas praias com maior movimento e ainda não há relatos de situações que fujam da normalidade”, complementa o biólogo.
Histórico
Na Operação Verão passada (2014/2015), os guarda-vidas do Corpo de Bombeiros atenderam 2.481 casos de acidentes com águas-vivas nas praias do Paraná. O número foi bem menor que na edição 2013/2014, quando 17.846 ocorrências tinham sido notificadas. “É bem difícil prever como será neste ano. Isso depende muito do clima, das correntes marítimas e da quantidade de pessoas na praia”, revela o especialista.
O vinagre (ácido acético) estará disponível em todos os postos de guarda-vidas do Corpo de Bombeiros. A substância é extremamente eficaz contra a ação do veneno da água-viva e ainda alivia a dor em queimação causada pelo contato com os tentáculos do animal.
Em pessoas mais sensíveis ou alérgicas, o contato pode causar reações intensas, como náuseas, vômitos ou dificuldade para respirar. Nesses casos, a vítima deve buscar atendimento de saúde imediatamente.
Veja algumas orientações para prevenir e tratar acidentes com águas vivas:
PREVENÇÃO
– Esteja sempre em área protegida por guarda-vidas;
– Pergunte ao bombeiro sobre as condições da água e se há presença de águas-vivas;
– Saia da água imediatamente ao avistar águas-vivas;
– Evite entrar no mar sozinho ou à noite;
– Não toque nos animais, mesmo aqueles que estejam aparentemente mortos na areia da praia.
TRATAMENTO
– Em caso de queimadura, busque atendimento em um posto de guarda-vidas;
– Lave o local com água do mar (nunca lave com água doce ou outra substância, como álcool e urina);
– Não esfregue as mãos na área afetada;
– Aplique vinagre na área atingida para neutralizar ação da toxina;
– Casos mais graves (com grande área corporal atingida e pessoas alérgicas) devem ser encaminhados aos serviços de saúde para tratamento definitivo;
– Em caso de dúvidas, ligue para o telefone 0800 410148 (Centro de Controle de Envenenamentos).