
O peruano precisou subir para a superfície muito rápido e teve problema de descompressão; ele ganhou 30 quilos em poucos dias
O mergulhador peruano Alejandro Ramos, de 57 anos, sofre há cinco anos com deformações pelo corpo causada por um acidente de trabalho. Seus braços e peito ficaram inchados devido a um problema com pressão de mergulho causado por uma emergência.
Alejandro é pescador de mexilhões e águas profundas no litoral de Pisco, no Peru. Seu trabalho em consiste em descer a até 40 metros de profundidade e encontrar os mariscos, sempre auxiliado por uma mangueira de ar.

No entanto, em dezembro 2013 enquanto ele mergulhava o ar parou de descer quando um barco se aproximou da lancha que fornecia oxigênio e rompeu a mangueira. Sufocando, ele subiu rapidamente os 36 metros de profundidade de uma vez só, o que deveria ter sido feito em duas horas.
Já na lancha, ele quis mergulhar novamente e respeitar as regras de segurança, mas seus auxiliares decidiram ir embora por causa de problemas com o combustível. Assim, sua única opção foi seguir direto para o hospital.

Ele chegou no hospital já inchado pelas bolhas de nitrogênio que se aglutinaram com seu tecido gorduroso. “Fiquei deformado, mas vivo”, disse na época do acidente, à AmericaTV, do Peru. Por causa do acidente, ele ganhou 30 quilos em poucos dias, um efeito direto do acúmulo de gases. Hoje ele precisa usar camisas GGG.

Ele também afirma que tem dores constantes nos ossos por causa do excesso de peso e seu peito faz um barulho alto quando respira. Ao canal Discovery ele já chegou a afirmar que pensou em tirar a própria vida. “Cheguei a comprar veneno de rato para me matar e meu filho disse: ‘Pai, você quer morrer como um rato?’ e repensei tudo”, afirmou. Já em outra entrevista dada a BBC, ele relatou que as pessoas olham para ele “como se fosse um animal raro”.
Atualmente, os médicos estudam a possibilidade de operá-lo para diminuir o excesso de peso e os problemas de mobilidade.
Pressão no mergulho
No nível do mar, o ser humano sofre a pressão de uma unidade chamada simplesmente de atmosfera, a cada 10 metros de profundidade na água, essa unidade aumenta em 1 atmosfera.
A 36 metros, Alejandro sofria uma pressão três vezes e meia maior do que se tivesse na superfície. Quanto maior a pressão, mais os gases do nosso corpo mudam o comportamento
O nitrogênio é o principal deles. Nessa profundidade, ele se torna líquido e subir rapidamente faz com que ele mude de estado de forma súbita, causando bolhas no corpo e podendo até matar o mergulhador.
*Com informações do R7