Foram ouvidas mais de 2.558 pessoas sobre transporte, saúde, limpeza, comércio e aeroportos. Maioria dos entrevistados diz que não houve preparo suficiente para o evento

Ao lado de Manaus, Curitiba ficou em primeiro lugar em um ranking feito pela Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) que analisou itens como saúde, transporte, segurança e limpeza das cidades na Copa do Mundo.

As duas capitais tiveram nota de 3,4, de variação possível de 1 a 5. Brasília (DF) aparece em segundo lugar, com 3,3, seguida por Fortaleza (CE) e Natal (RN), empatadas com 3,2. O quarto lugar é dividido por Belo Horizonte (MG), Cuiabá (MT), Porto Alegre (RS), Recife (PE) e Salvador (BA), que receberam média 3,1. Rio de Janeiro (RJ) e São Paulo (SP) ficaram na última colocação, com nota 3,0.

O ranking foi feito com base numa pesquisa com 2.558 entrevistados nas 12 cidades entre 13 e 18 de junho.Os quesitos tinham escala de péssimo a ótimo, com notas de 1 a 5. Saúde (1,9) e transporte público (2,2) foram os itens com a pior avaliação geral.

Segundo a pesquisa nacional, os entrevistados mostraram neutralidade em relação a segurança pública (2,5), limpeza urbana (2,8) e qualidade dos aeroportos (3,0). Receberam avaliação positiva o potencial turístico (3,5), o comércio local (3,6), a rede hoteleira (3,7), o setor de bares e restaurantes (3,8) e os estádios (3,9).

Em nota, o presidente da CNDL, Roque Pellizzaro Junior, avalia que a população aprovou os requisitos de responsabilidade da iniciativa privada, mas deu notas baixas para itens ligados ao governo. “Os empresários fizeram o seu papel. Mas, por outro lado, toda a preparação de responsabilidade da esfera pública deixou muito a desejar”, ponderou.

Preparação ruim
A preparação das cidades-sede relacionada a itens como saúde, transporte, segurança e limpeza não foi suficiente para receber a Copa do Mundo na avaliação de 74% dos entrevistados. Para outros 11% não houve nenhum preparo para receber o megaevento esportivo da Fifa, já 12% afirmaram que os preparativos foram suficientes e 3% não souberam responder.

Apesar do noticiário doméstico e internacional avaliar como uma surpresa positiva o bom andamento da organização do Mundial, o levantamento revela que os brasileiros não parecem confiantes em relação à capacidade do País para sediar e organizar eventos desse porte. Para 44% dos entrevistados, a segurança foi apontada como o fator mais importante para determinar o sucesso ou fracasso da Copa do Mundo no Brasil. Em relação às manifestações que eram esperadas para o período, 43% das pessoas ouvidas se disseram favoráveis e 37% se posicionaram contra os protestos.