Não haverá feriado municipal durante os dias de jogos da Copa do Mundo 2014, em Curitiba. Nesses dias poderá ser adotado ponto facultativo. Essa foi a conclusão de audiência pública realizada nesta terça-feira (25) na Câmara Municipal de Curitiba. Representantes de 50 entidades se manifestaram contra os feriados nos dias 16, 20, 23 e 26 de junho – quando a capital receberá quatro jogos da primeira fase. Porém, a Comissão Especial da Copa da Câmara, juntamente com o colégio de líderes, encaminhará ao legislativo municipal a sugestão pela adoção do ponto facultativo.

A diferença entre feriado e ponto facultativo é que o feriado significa um dia de folga, enquanto que no ponto facultativo, o patrão poderá exigir a presença do trabalhador. “A ampla maioria das entidades é contra a adoção dos feriados, mas ninguém se opôs quando foi sugerido o ponto facultativo. Até o fim do mês vamos debater a ideia com as lideranças partidárias da Casa e encaminharemos essa sugestão ao chefe do Executivo”, explicou o presidente do colegiado, vereador Paulo Rink (PPS).

Segundo o vereador, a Câmara de Curitiba foi a única das 12 cidades sedes a fazer uma audiência pública para discutir esse assunto e a sugestão em adesão de feriados municipais é que nenhum dos jogos cai no fim de semana, o que pode interferir na mobilidade para o estádio e para a Fan Fest

Não aos feriados

No plenário do Legislativo, entidades como Fiep (Federação das Indústrias do Paraná), ACP (Associação Comercial do Paraná) e Fecomércio-PR (Federação do Comércio do Paraná) defenderam o mesmo posicionamento: a não adoção dos feriados municipais que, segundo seus representantes, poderão causar prejuízos à economia local e do Paraná.

“A Fecomércio representa, hoje, 60 sindicatos. São 515 mil empresas no estado. Em Curitiba são 250 mil trabalhadores. Falamos aqui em nome dessa massa. A nossa primeira preocupação é a segurança e a segunda é a questão financeira. Um feriado reduz em 25% o ganho dos trabalhadores e a receita das empresas; e em nenhum momento se falou em reduzir a carga tributária”, disse Paulo César Nauiack, em nome da federação.

Gláucio Geara, vice-presidente da ACP, ainda explicou que junho terá poucos dias úteis, em virtude dos três feriados nacionais já decretados e do feriado de Corpus Christi. “Não há motivo para decretar feriados municipais. Eles vão provocar queda de receita e vendas. Apenas no comércio, calculamos um prejuízo de R$ 160 milhões por dia. Mais de R$ 340 milhões de prejuízo nas indústrias. Esse prejuízo jamais se recupera no dia seguinte”, destacou.

Na opinião do comerciante Urandy Ribeiro, as pequenas empresas também não podem ser responsabilizadas pela má gestão do trânsito da capital. “A mim, muito mais parece que os feriados têm a função de esvaziar a cidade para que ela não apresente o caos do trânsito. Se falta a capacidade de gerir o trânsito, não somos nós, os comerciantes, que devemos ser penalizados”, afirmou.

Contra os feriados, o presidente da Abrabar-PR (Associação Brasileira de Bares e Casas Noturnas do Paraná), Fábio Aguayo defendeu o ponto facultativo parcial. “Somos a favor de outras alternativas, do bom senso. Somos a favor do exemplo do Rio de Janeiro, que excetuou algumas atividades, como serviços essenciais, transporte público e serviços hospitalares. Não precisa radicalidade. Podemos achar um meio termo, que agrade todo o empresariado curitibano.