A prefeitura de Curitiba trabalha em um projeto para prevenir enchentes nos bairros mais vulneráveis da capital. A ação, que deve durar três anos, conta com dois componentes – drenagem e prevenção de riscos – e tem recursos do município e do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2), do governo federal, no valor de R$ 798 milhões.
Inicialmente os trabalhos são realizados no trecho sul do rio Barigui, na região da CIC e em breve deve ganhar outras áreas da cidade. O projeto, “É uma intervenção ampla nas bacias dos rios Barigui, Belém, Atuba e Ribeirão dos Padilha que vai possibilitar a reestruturação de áreas importantes da cidade, além de corrigir situações pontuais que são crônicas e que, até agora, estavam sem solução”, explica o arquiteto Sérgio Matheus, da Secretaria Municipal de Planejamento e Administração, coordenador do projeto.
Perfilamento
A primeira ação está ocorrendo no trecho sul do rio Barigui, numa extensão de 22 quilômetros, desde a rua Dionira Moletta Klemtz, na Fazendinha, até a divisa com o município de Araucária. Numa das pontas está o Parque Guairacá, inaugurado recentemente, e, na outra, há o encontro dos rios Barigui e Iguaçu.
Neste trecho, a obra é de perfilamento do rio e está incluída no programa de drenagem, que tem custo total fixado em R$ 151 milhões (incluídos no cálculo global do PAC 2). O perfilamento consiste no alargamento da calha e rebaixamento do fundo do rio, além da recomposição das suas margens e taludes. O dimensionamento do projeto levou em conta as cheias verificadas na região nos últimos 25 anos (o chamado tempo de recorrência).
O objetivo deste tipo de intervenção é aumentar a capacidade de vazão e retenção da água na ocorrência de chuvas, contribuindo para evitar situações de alagamentos que afligem as comunidades ribeirinhas.
Bacias de detenção
O projeto de drenagem – um dos dois componentes da proposta global do PAC 2 – inclui mais duas etapas de obras, além do perfilamento do trecho sul do Barigui. Uma delas prevê atuação na área do conjunto Olaria, no Campina do Siqueira, um núcleo habitacional de meados da década de 1970, com 80 casas.
Na terceira etapa do projeto de drenagem, está prevista atuação no trecho norte do rio Barigui, a partir da rua Dionira Klemtz em direção a Almirante Tamandaré, com obras de perfilamento e execução de muros de contenção. Também fazem parte desta fase do projeto a implantação de mais uma bacia na região da CIC, junto ao rio Mossunguê. No mesmo local, o projeto prevê a criação de um pequeno parque e a restauração de uma Unidade de Interesse de Preservação (UIP) conhecida como Casa Cini, que passará a ter uso comunitário.
No total, está prevista uma extensão de 30 quilômetros de perfilamento dos rios Belém, Pilarzinho, Bacacheri, Cascatinha, Ribeirão dos Padilha e Pinheirinho. Além disso, serão construídas 21 bacias de retenção ou detenção (nove no rio Belém; três no Atuba; quatro no Barigui; quatro no Ribeirão dos Padilha e uma no Ponta Grossa).