O desbloqueio de algumas estradas que estavam fechadas por caminhoneiros no Brasil reduziu as preocupações dos investidores com eventuais atrasos nas exportações de produtos agrícolas do país, o que levou os preços de algumas commodities a registrarem queda nas bolsas americanas.

As cotações da soja, que na terça-feira apresentaram forte valorização no pregão de Chicago, registraram queda, enquanto os preços do açúcar perderam sustentação e tombaram na bolsa de Nova York.

Os investidores temiam que os compradores da soja brasileira no exterior cancelassem contratos se houvesse atraso no carregamento dos navios. A situação também preocupava os investidores do mercado de açúcar, uma vez que o produto já costuma competir nesta época do ano com o transporte de soja e milho, que estão neste momento no auge da colheita.

Puxadas pelo aumento da demanda doméstica por inseticidas, as importações brasileiras de defensivos agrícolas aumentaram e voltaram a bater recorde em 2014, confirmando uma tendência considerada importante para a manutenção da produtividade das lavouras, mas que preocupa cada vez mais os ambientalistas.

Levantamento do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal (Sindiveg) indica que o país trouxe do exterior 418 mil toneladas de agroquímicos no ano passado, 2,4% mais que em 2013.

A colheita de soja alcançou 21% no Brasil. O estado mais avançado é o Mato Grosso, com 34% da lavoura colhida – quatro pontos percentuais abaixo da média histórica para o período.

Os preços da soja, mais uma vez nesta semana, fecharam com forte alta na Bolsa de Chicago. Entre os principais vencimentos, os ganhos superaram os 15 pontos e as cotações parecem ter rompido a barreira dos US$ 10,20 e agora tentam se consolidar acima desse patamar.

Com esse avanço e uma nova alta do dólar frente ao real – que fechou em R$ 2,87 -, os preços também explodiram no Brasil nesse final de semana. No porto de Rio Grande, a soja da safra nova terminou o dia batendo na trave dos R$ 70,00, com R$ 69,10 por saca, para o produto com entrega maio/15, e subindo 2,37%. Em Paranaguá, o preço se manteve nos R$ 67,00, porém, no porto de Santos o valor da soja subiu mais de 4% no dia e fechou em R$ 68,00/saca.