Os agentes penitenciários do Paraná se uniram aos professores e decretaram greve geral por tempo indeterminado a partir deste sábado (23). De acordo com o sindicato que representa a categoria, a paralisação é motivada pela falta de segurança dentro e fora dos presídios e também pela luta da data-base dos servidores públicos. A decisão aconteceu na terça-feira (19), durante Assembleia Geral da categoria, em Guarapuava.

A deliberação pelo movimento grevista aconteceu depois que o governo estadual anunciou reajuste de 5% para a data-base. A relação do governo do Estado com os servidores públicos já estava desgastada por conta da lei aprovada na Assembleia Legislativa que redefiniu regras ao Paraná Previdência.

A greve geral não implicará na redução do efetivo dos agentes penitenciários com a intenção de garantir a segurança dos servidores e também de toda sociedade. “Já trabalhamos em um número muito inferior ao necessário. Para garantir as atividades essenciais com segurança não poderíamos retirar mais nenhum agente. Além da distribuição de alimentação, atendimentos a emergências médicas e cumprimento de ordens judiciais, a categoria vai tomar todas as providências para garantir a segurança dentro das unidades penais durante o movimento paredista”, explica Petruska Niclevisk, presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários do Paraná (Sindarspen). Atividades como escola, trabalho, pátio de sol, visitas de familiares aos presos e entrega de sacolas devem ser afetados.

Por meio de sua assessoria de imprensa o Governo do Estado afirmou que, por enquanto, não irá se manifestar sobre a paralisação.

MP-PR propõe mediar negociações

O Ministério Público do Paraná emitiu uma nota afirmando que se propõe a mediar as negociações entre o governo do Estado, professores e os demais servidores estaduais em razão dos prejuízos causados à população. De acordo com o comunicado, “Tal postura considera o dever do MP de zelar pelo direito constitucional de ensino público regular e pela própria qualidade da educação”.

A proposta foi apresentada ao governador do Estado e às entidades que representam os servidores públicos por meio de ofício encaminhado na noite desta sexta-feira (22). No ofício, o MP-PR esclarece que já vem acompanhando o caso, tendo, inclusive, participado de reunião sobre o assunto, realizada na quinta-feira (21), com a liderança do governo na Assembleia Legislativa.