Além dos professores, outros 21 setores do funcionalismo público do Paraná também podem entrar em greve
Os professores da rede estadual de ensino do Paraná se reuniram nesta sexta-feira (15), para definir a data de uma nova assembleia da categoria e os rumos da greve que já dura quase 20 dias. O encontro começou por volta das 9h e durou o dia todo.
Na reunião, um dia depois de o governo do Estado suspender as negociações e anunciar medidas em relação ao funcionalismo, entre elas, o reajuste de 5% a ser pago em duas parcelas, os dirigentes do sindicato dos professores planejaram as novas ações da categoria. “O que está em jogo é o desrespeito das leis no Estado do Paraná, seja a lei do piso, do reajuste da data-base, enfim. Não podemos ficar parados, este é um momento de muita resistência da nossa e de todas as categorias do serviço público do Estado”, disse o presidente da APP-Sindicato, Hermes Leão.
O secretário de Assuntos Jurídicos, professor Mário Sergio Ferreira, afirmo que está encaminhando processos jurídicos sobre a legalidade da greve, e também contra o “desrespeito das leis”.
A secretária de Finanças e coordenadora do Fórum das Entidades Sindicais (FES), professora Marlei Fernandes de Carvalho, intimou as demais categorias para a necessidade de uma greve geral, já que, segundo ela, “a data-base é de interesse de todas as categorias”.
Enquanto o Governador definiu reajuste de 5% a ser pago em duas vezes, os professores reivindicam reajuste de 8,17% de forma única. Além dos professores, outros 21 setores do funcionalismo público também podem entrar em greve a partir de terça-feira (19).
Entre as medidas adotadas pelo Governo do Paraná estão a abertura de novo Processo Seletivo Simplificado (PSS), para a contratação de novos professores temporários; lançamento das faltas dos professores e servidores em greve e a abertura de processos por insubordinação contra diretores que estimularam a greve.
Para a professora Marlei Fernandes, o governo “mostrou que não tem disposição para o diálogo”. “Esse pacote de medidas econômicas e de punições, acreditamos, é o fundo do poço na falta de diálogo e respeito à categoria. O governo deveria dar um passo atrás e mostrar alguma proposta”, avaliou.
O governo alega que, de 2011 a 2014, a média de reajuste do salário base do funcionalismo foi de 63,6%, enquanto a inflação acumulada para o período foi de 26,7%.
Segundo o chefe da Casa Civil, Eduardo Sciarra, essas decisões levam em conta os limites da lei de responsabilidade fiscal e a disponibilidade financeira do Estado. “Estamos fazendo um esforço extraordinário para garantir esse índice de reajuste num momento em que a economia dá sinais concretos de recessão e aumento do desemprego”, disse o secretário.
Agentes penitenciários anunciam indicativo de greve
A categoria dos agentes carcerários também pode decretar greve geral no Sistema Penitenciário do Paraná a partir da próxima semana. Na próxima terça-feira (19) os agentes vão realizar uma Assembleia Geral, no auditório da UNICENTRO (Universidade Estadual do Centro-Oeste), em Guarapuava. Os trabalhadores das penitenciárias do Estado também ficaram descontentes com o anúncio do Governo de 5% de reajuste, a ser pago em duas parcelas.
Em nota, o FES (Fórum das Entidades Sindicais), a qual os agentes penitenciários pertencem, descreveu a atitude do governo como “mais um massacre contra os servidores penais”. “Mais uma vez Beto Richa mostrou total falta de consideração com o serviço público e os trabalhadores. A data base é um direito nosso e ela deve ser sobre o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) que está em 8,17%”, diz o texto.
No início da semana, a secretária de Administração, Dinorah Nogara, se reuniu com os professores e pediu um prazo até o dia 19 para apresentar uma proposta. “O mês de maio é de data-base e estamos realizando estudos econômicos”, disse, após a reunião.
Grande ato deve reunir todos os servidores do Paraná
Na próxima terça-feira (19), está previsto um grande ato em Curitiba, reunindo todas as categorias de servidores públicos do Estado. A concentração será nas Praças Santos Andrade e Rui Barbosa, no Centro. O horário da manifestação ainda não foi divulgado.