Estudantes inscritos no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) foram impedidos de realizar as provas em Curitiba e em Londrina, no norte do Paraná, no domingo (17), porque as salas onde deveriam se acomodar já haviam chegado a 50% da capacidade. 

Os candidatos ficaram revoltados com a situação, pois todos estavam dentro do horário determinado para a entrada e, mesmo assim, foram orientados a voltar para casa. 

“Mas como é que eu vou remarcar a prova? Vou fazer uma prova diferente de quem está fazendo a prova hoje? Em outro dia? Eu me preparei para fazer a prova hoje. Eu estudei durante um ano e meio para fazer a prova hoje”, declarou indignado o estudante Bruno Rafael. 

Segundo os inscritos, em nenhum momento houve o aviso de que tal situação poderia ocorrer. Além disso, a única orientação dada foi de que eles deveriam ligar para um 0800 do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) ou mandar um e-mail nesta segunda-feira (18) para reagendar a prova. 

Pais e alunos questionaram a organização do Enem e querem saber como o reagendamento será feito, já que não receberam nenhum comprovante de que compareceram aos locais de prova.

“Cadê a organização? Eles não teriam que ter preparado já? Se tem 6 mil, 4 mil alunos, então vamos preparar a sala para isso”, disse a mãe Marlene Carvalho.

Na capital paranaense, alunos foram impedidos de realizar a prova do Enem em pelo menos quatro locais: na Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC), no Colégio Estadual Professor Francisco Zardo, no Colégio Medianeira e na Unicuritiba. Já em Londrina, a mesma situação foi registrada no Colégio Estadual do Rio Branco e na Unopar. 

Conforme o presidente do Inep, Alexandre Lopes, foram registrados casos do mesmo problema também nas cidades de Florianópolis (SC), Pelotas (RS), Caxias do Sul (RS) e Canoas (RS). 

Reaplicação das provas do Enem 

Em todo o Brasil, as provas do Enem serão reaplicadas nos dias 23 e 24 de fevereiro para os alunos que apresentaram sintomas de doenças respiratórias e não puderam comparecer neste domingo. 

Também terão direito a reaplicação os 160.548 estudantes que fariam a prova no estado do Amazonas, 2.863 em Rolim de Moura (RO) e 969 em Espigão D’Oeste (RO), por conta dos impactos da pandemia nessas localidades.

De acordo com o ministro da Educação, Milton Ribeiro, a reaplicação de prova para candidatos com suspeita de covid-19 já estava prevista. Enquanto o caso do Amazonas e de Roraima, nos quais, os administradores locais entraram com ações judiciais contrárias a realização do Enem, pegou o governo de surpresa.

“Essa data, 23 e 24, já estava no nosso radar. Só não esperávamos 160 mil a mais do Amazonas, foi todo o estado”, disse Ribeiro.  

Quem apresentou sintomas pode solicitar a reaplicação, mediante a apresentação de laudo médico e documentos comprobatórios entre os dias 25 e 29 de janeiro.