O início do ano letivo na rede estadual de ensino, previsto para a próxima segunda-feira (09), está ameaçado no Paraná. Na última sexta-feira (30) o governo do Estado dispensou 30% dos trabalhadores da educação contratados em regime temporário. Segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná (APP-Sindicato), que defende a categoria, a diminuição no quadro de funcionários vai inviabilizar início do ano letivo na maioria das escolas paranaenses. Em nota, o sindicato afirma que sem merendeiras e o pessoal da limpeza, além do administrativo, é impossível manter o funcionamento das escolas.

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A nota também faz acusações graves contra o Governo do Paraná. “As escolas estão sem merenda, pois a mesma ainda não foi entregue. E também, sem professores, pois não há previsão de contratação de professores temporários antes do início das aulas”, diz o texto.

Segundo a secretária de Finanças da APP-Sindicato, professora Marlei Fernandes, as demissões “geram uma instabilidade no início do período letivo e muita pressão sobre os diretores e diretoras das escolas”. Ela ressalta que este é mais um motivo para a retomada da greve na educação. “A categoria estará reunida em Guarapuava no dia 07 de fevereiro em assembleia estadual. Vamos definir quais serão os próximos passos da mobilização de toda a educação do Estado”, disse.

A APP considera a demissão dos funcionários temporários “uma demonstração do descontrole do dinheiro público do Estado” e lembram que o governador Beto Richa tem o maior salário entre os governadores do País. “Ele efetua cortes de empregos daqueles que têm os menores salários entre os servidores públicos. A remuneração dos agentes educacionais é a menor entre todos os servidores públicos do estado. Há uma falta significativa desses trabalhadores nas escolas e o governo ainda faz um corte”, protesta a professora Marlei.

Do último dia 28, o governador nomeou 5.522 novos professores e pedagogos aprovados em concurso para a Rede de Ensino Público do Paraná. Além disso, aproximadamente 600 professores que prestam serviço administrativo na Secretaria Estadual de Educação (Seed) e nos 32 núcleos de educação devem voltar às salas de aula na próxima semana. Mesmo assim a APP-Sindicato estima que o governo precise contratar urgentemente pelo menos 15 mil professores temporários para garantir a volta às aulas.

Em nota, a Secretaria de Educação garantiu que o início do ano letivo nas escolas estaduais não vai atrasar. “A demanda de funcionários temporários depende da distribuição de aulas para os professores do quadro efetiovo, que têm absoluta prioridade”, destacou a Seed. Mas para a categoria, ainda que os temporários sejam chamados pelo Estado ao longo desta semana, não há tempo suficiente para a entrega da documentação antes do início das aulas.

A dívida do Estado em repasses para as escolas chega a R$ 370 milhões. Confira na reportagem do Balanço Geral Curitiba: