Cada vez mais utilizado ao redor do Brasil, o Pix, que foi lançado pelo Banco Central em 2020, ainda causa algumas dúvidas entre os usuários. Apesar de sua agilidade e praticidade, a ferramenta exige alguns cuidados. Um dos lados negativos do Pix é que, como a operação é praticamente instantânea, reverter um envio feito para a pessoa errada pode ser um desafio.

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Pix traz praticidade, mas exige alguns cuidados dos usuários (Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

Mas afinal, é possível cancelar um Pix? A resposta depende do momento em que o erro é identificado e das circunstâncias da transação. Conheça as principais formas de lidar com uma transferência equivocada e o que fazer em cada situação.

Antes de confirmar o envio

Se você digitou o valor ou os dados do destinatário incorretamente, ainda é possível evitar o problema: não conclua a operação. Sempre revise atentamente os dados antes de confirmar — nome, CPF/CNPJ e valor. O sistema Pix exibe essas informações antes da etapa final de envio, e é justamente nesse momento que o erro pode ser corrigido.

Pix enviado para pessoa desconhecida

Se o Pix já foi enviado e você percebeu que digitou a chave errada ou selecionou o destinatário incorreto, a reversão da transação depende da boa vontade da pessoa que recebeu o valor.

Quando o Pix volta? Veja o que dizem os bancos
Se a pessoa que recebeu indevidamente o Pix não concordar com a devolução, usuário deve procurar as autoridades (Foto: Bruno Peres/Agência Brasil)

O que fazer

  • Entre em contato com a pessoa que recebeu o valor, caso você consiga identificá-la. Algumas chaves PIX (como CPF ou e-mail) permitem rastrear o titular, cujo nome é mostrado na hora da transação
  • Peça a devolução por meio do recurso de “devolução de PIX”, que fica disponível nos aplicativos bancários. Se a pessoa aceitar, ela pode devolver o valor rapidamente, sem custos
  • Caso não consiga contato com o recebedor ou ele se recuse a devolver, é possível:
    • Registrar um boletim de ocorrência (B.O.) junto à polícia, especialmente se houver indícios de má-fé por parte do recebedor
    • Notificar o banco pelo SAC ou ouvidoria, relatando o erro e pedindo auxílio na mediação

Pix enviado para golpistas

Se você fez um Pix acreditando estar pagando por um serviço ou produto e depois descobriu que foi vítima de golpe, a situação muda de figura. Nesse caso, o caminho envolve acionamento das autoridades e do banco.

A divulgação da ampliação da fiscalização das movimentações via PIX pela Receita Federal causou uma série de dúvidas e alguma insegurança entre os contribuintes. A principal delas foi em relação à possível taxação deste tipo de operação, que movimentou mais de R$ 280 milhões em 2024. No entanto, a Receita esclarece que nada muda para o cidadão nas transferências por PIX.
Golpistas utilizam a rapidez da plataforma para enganar as pessoas (Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil)

Procedimentos recomendados

  • Abra imediatamente uma contestação junto ao seu banco, relatando que foi vítima de fraude. A instituição pode acionar o Mecanismo Especial de Devolução (MED), criado pelo Banco Central
  • O MED permite o bloqueio dos valores na conta de destino por até 72 horas, desde que a solicitação seja feita em até 80 dias após o envio. Caso seja comprovada a fraude, os valores podem ser revertidos
  • Registre um boletim de ocorrência, o que fortalece o processo de contestação
  • Anexe evidências da fraude, como prints de conversas, comprovantes e anúncios falsos, se for o caso.

Pix de valor errado

Se você enviou o Pix para a pessoa certa, mas digitou um valor incorreto — por exemplo, R$ 1.000 em vez de R$ 100 — não é possível cancelar. No entanto, você pode solicitar a devolução do valor excedente diretamente à pessoa.

Melhor forma de evitar problemas é tomar alguns cuidados antes de realizar a transferência (Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

Como proceder

  • Entre em contato com o recebedor explicando o erro e solicitando a devolução parcial
  • Caso o recebedor se recuse, registre o fato com o banco e, se necessário, procure orientação jurídica, principalmente se houver má-fé ou prejuízo significativo

Dicas para evitar erros

  • Sempre confira os dados antes de confirmar a transação
  • Evite copiar e colar chaves de fontes desconhecidas
  • Desconfie de pedidos urgentes, especialmente se envolverem grandes quantias ou supostos familiares
  • Cadastre chaves Pix confiáveis, para facilitar transações futuras
  • Ative alertas e notificações de transações no aplicativo do banco.
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perfil Luciano Balarotti
Luciano Balarotti

Repórter

Formado pela UFPR, Luciano Balarotti tem 25 anos de experiência profissional, grande parte dedicada ao jornalismo esportivo. Mas atua também em áreas como Cultura, Cotidiano, Segurança Pública, Automóveis e Concursos.

Formado pela UFPR, Luciano Balarotti tem 25 anos de experiência profissional, grande parte dedicada ao jornalismo esportivo. Mas atua também em áreas como Cultura, Cotidiano, Segurança Pública, Automóveis e Concursos.