Milhares de manifestantes caminharam nesta quarta-feira (25) do Centro de Curitiba até o Palácio Iguaçu, sede do Governo do Paraná, no Centro Cívico. Pressionado, o governador Beto Richa (PSDB) fez novos recuos em relação às propostas para os professores, mas ainda não garantiu que a categoria assumisse o compromisso de por fim à greve nas escolas estaduais. Quase 1 milhão de alunos da rede pública de ensino deveriam ter iniciado o ano letivo no dia 09 de fevereiro.

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Segundo o presidente do Sindicato dos Servidores em Educação do Paraná (APP-Sindicato), Hermes Leão, o comando de greve se reúne nesta sexta-feira (27) para avaliar o resultado da reunião e depois levarão propostas aos 29 comandos regionais do sindicato, para só então decidirem em assembleia se voltam ou não ao trabalho.

Isso significa que a greve continua até o início da próxima semana. Na reunião, o secretário da Casa Civil, Eduardo Sciarra, pediu aos professores que voltassem às aulas já na segunda-feira. Representantes do governo apresentaram levantamento mostrando que, com a paralisação, as férias de julho já estão comprometidas.

Nesta terceira reunião, o Estado atendeu a mais um item da pauta de reivindicação dos professores e prometeram pagar as férias atrasadas em uma única parcela R$ 116 milhões. Até então, a proposta do Governo era saldar a dívida em duas parcelas.

Nas duas rodadas de negociações anteriores, o governo já havia se comprometido a pagar integralmente as rescisões salariais de 29 mil professores temporários (PSS) que foram demitidos, tirar da pauta da Assembleia Legislativa os projetos de lei que alterem direitos trabalhistas, e repassar R$ 70 milhões para o custeio das universidades estaduais. Ao ser questionado sobre a origem dos recursos que vão garantir todos os pagamentos, Sciarra disse que a fonte são “arrecadações do governo”.

Pressão
Sindicatos de vários setores do funcionalismo estadual já demonstraram insatisfação com o “pacotaço” de ajustes fiscais do governador tucano, mas o principal foco de resistência são os professores.

Em menos de dois meses do segundo mandato de Beto Richa, os professores invadiram duas vezes a Assembleia para evitar que os projetos fossem votados. Ontem, fizeram a maior manifestação da categoria, levando cerca de 40 mil pessoas para as ruas de Curitiba. A Polícia Militar fala em pouco mais de 10 mil manifestantes na passeata desta quarta-feira.

O protesto dos professores foi engrossado por estudantes e representantes de outras categorias do funcionalismo, como saúde, segurança, Judiciário, Defensoria Pública e transportes.

Foto: Joka Madruga/ APP

Em entrevista à RPC, Richa demonstrou otimismo em relação ao fim da greve e admitiu erros na condução do pacote de medidas. Para evitar que a insatisfação se espalhe de forma generalizada, o governo prometeu rever os projetos mais polêmicos – as mudanças no regime previdenciário dos servidores – e só reapresentá-los após diálogo com os sindicatos.

Com informações do jornal O Estado de S. Paulo