A greve na Educação estadual tem como objetivo principal pressionar os deputados a votarem contra o projeto de lei que promove mudanças no ParanaPrevidência
A sessão na Assembleia Legislativa do Paraná começou por volta das 14h30 desta segunda-feira (27) em clima tenso. Enquanto os professores foram impedidos de entrar no plenário para acompanhar o trabalho dos deputados estaduais, milhares de manifestantes aguardam do lado de fora, sob um forte esquema de segurança montado pela Secretaria de Segurança Pública do Paraná. Caminhões de som transmitem o áudio das votações aos manifestantes. Do lado de dentro das grades, a tropa de choque ocupa diversas galerias da Alep.
Os momentos que antecederam o início da sessão desta segunda foram marcados por muita inquietação em torno da Assembleia Legislativa e em frente ao Palácio Iguaçu, sede do Governo do Paraná. Mais cedo, houve um pequeno tumulto quando alguns manifestantes tentaram arrancar algumas grades que cercavam o prédio e foram impedidos pela segurança e por policiais militares.
A APP Sindicato, que representa os professores, denuncia que nem mesmo os assessores de imprensa do sindicato foram autorizados a entrar na Assembleia Legislativa.
Deputados da oposição criticaram o grande aparato policial montado para garantir a votação desta semana. “Temos mais policiais militares na Assembleia do que o contingente usado diariamente nas ruas de Curitiba, para defender a população”, criticou o deputado estadual Requião Filho (PMDB).
Ocupação
O Centro Cívico já começou a ser ocupado pelos professores das escolas estaduais. A categoria iniciou nesta segunda-feira (27) uma nova greve na Educação estadual, que tem como objetivo principal, pressionar os deputados a votarem contra o projeto de lei que promove mudanças no ParanaPrevidência, que é o plano que trata das aposentadorias e pensões dos funcionários públicos do Paraná.
Centenas de policiais militares já estão cercando o Centro Cívico para impedir que os manifestantes tentem invadir mais uma vez o plenário da Alep, como aconteceu na última greve dos professores, que começou no dia 09 de fevereiro e durou 30 dias. A Secretaria de Segurança Pública vai empregar diariamente mais de mil homens na operação que deve acontecer até a quinta-feira (30). A expectativa do Governo é que os deputados votem a medida dentro desse prazo.
Caso haja nova invasão do prédio da Alep, uma liminar concedida pelo juiz Eduardo Lourenço Bana, do Tribunal de Justiça do Paraná, determina que os professores sejam multados em R$ 100 mil por dia de ocupação.
O Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Paraná (App-Sindicato) espera cerca de 5 mil professores para os protestos deste primeiro dia de greve no Centro Cívico. Segundo presidente da App, Hermes Leão, a orientação é que os docentes se dirijam normalmente para as escolas nesta segunda-feira para orientar os alunos e pais sobre a nova greve. No sábado (25), o Governo do Paraná lamentou em nota a decisão dos professores e avisou que aqueles que faltarem ao trabalho durante a greve terão os dias descontados na folha de pagamento.
Para a App Sindicato, a determinação do Governo do Paraná de descontar os dias parados do salário dos servidores é autoritária, já que não respeita o direito de greve previsto em lei. Desde o fim da última paralisação, os professores mantiveram a categoria em estado de greve, para acompanhar o cumprimento dos itens acordados entre o governo e o sindicato. “Estão tentando colocar medo nas pessoas com esse circo policialesco e repressão”, criticou Hermes Leão, presidente da App Sindicato. A nova greve dos professores estaduais não tem previsão para terminar.
Confira no vídeo abaixo a reportagem exibida no Paraná no Ar nesta segunda-feira: