As propostas enviadas nesta quarta-feira pelo governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), aos deputados estaduais aumentaram o clima de insatisfação entre os professores e demais servidores da Educação. Apesar de ter marcada assembleia apenas para o próximo sábado (07), em Guarapuava, os professores aumentaram o tom: “estamos em estado de greve”, diz o site do sindicato da categoria.
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Segundo Luiz Fernando Rodrigues, diretor de comunicação do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná (APP-Sindicato) é bastante provável que a greve tenha início já na segunda-feira (09), dia em que deveria ter início o ano letivo nas escolas estaduais. “A ideia dos professores é receber os pais e alunos na segunda-feira e fazer um trabalho de conscientização, para explicar os motivos da greve”, afirmou Rodrigues.
A decisão definitiva sobre a greve será anunciada apenas no sábado (07), após a assembleia geral da categoria, que já tem a presença confirmada de cinco mil trabalhadores, segundo dados da APP, e vai acontecer no Ginásio Guarapuava Esporte Clube, na cidade de Guarapuava, região central do Estado.
Para a direção estadual do sindicato, as medidas de austeridade que o Governo do Estado pretende implementar para reduzir os gastos com a máquina, aprofundou de vez a crise e o caos contra os quais os educadores vêm protestando ao longo da última semana.
“Diante da gravidade dos projetos que atacam direitos que envolvem todos os segmentos de trabalhadores(as) das escolas, o governo não deixa alternativa que não seja a imediata greve geral, para pressionar pela retirada desses projetos”, diz o texto publicado pelo sindicato.
Na última terça-feira (03), depois de protestos de educadores em diversas cidades do Estado, o governador Beto Richa autorizou a contratação de cerca de 10 mil professores temporários, ou seja, em regime de Processo Seletivo Simplificado (PSS). Além disso, o governo fez o repasse de R$ 4,2 milhões para as escolas estaduais, referentes à primeira parcela da cota normal de consumo do Programa Fundo Rotativo. Esta verba deve ser destinada para compra de materiais de consumo, como produtos de limpeza, lâmpadas e material de expediente.
As ações do governo não chegaram perto de agradar a categoria, que achou 10 mil professores temporários insuficientes para atender todas as escolas do estado no início das aulas. De acordo com a secretária educacional do sindicato, professora Walkiria Mazeto, depois dos ajustes que a Secretaria Estadual de Educação (Seed) fez nas salas de aula, juntando turmas para chegar ao número máximo de alunos por sala, e também com o fechamento das Casas Familiares Rurais, que atendiam estudantes do campo, a APP acredita que seriam necessários pelo menos 15 mil temporários para que todos os colégios pudessem inciar o ano letivo.