Desde a suspensão das atividades presenciais nas unidades escolares, a Coordenação de Mediação e Ação Intersetorial (COMAI), da Secretaria Municipal de Educação de Londrina, passou a atuar também na proteção e defesa de direitos dos alunos que enfrentam dificuldades para conectar-se com os professores e cumprir as atividades remotas, por motivos diversos.
Para melhor atender este público, a cidade foi dividida em cinco regiões (distritos, norte, sul, centro/leste e oeste). Os integrantes atuam em duplas, sendo cada uma delas responsável por uma área de abrangência que compreende, em média, sete unidades escolares. O contato com as famílias desses alunos ocorre, primeiro, por telefone e na sequência em visitas presenciais.
As escolas e os centros de Educação Infantil, municipais ou filantrópicos, repassam para os professores mediadores da região quais alunos não estão acompanhando as atividades remotas. Inicialmente, é feito um contato por telefone, seguido de visita até a residência.
“Os professores mediadores fazem visitas, levando uma cesta de alimentos e materiais pedagógicos, para famílias que possuem mais dificuldades e alguma vulnerabilidade, social ou econômica. Cada família tem um contexto, então as mediadoras não só levam os kits, mas identificam as dificuldades, verificam como está a criança e essa família, se há uma situação de violência e violação de direitos. E, se for preciso, acionam os canais necessários”, destacou.
Em muitas das visitas, é verificada a falta de estrutura da residência, que impede a criança de manter o contato com seus professores e colegas de classe. “Muitos residem sem nenhuma conectividade, longe das escolas. Como essa família não tem como retirar o material impresso, e não tem computador, a equipe leva os materiais didáticos, orienta sobre as atividades, e fornece o kit de alimentos”, informou a coordenadora de Mediação e Ação Intersetorial da SME, Martinha Clarete Dutra.
Durante as visitas, as mediadoras fazem um estudo do caso, identificando as necessidades principais, o que pode resultar em encaminhamento à rede protetiva, que abrange os serviços de saúde, assistência social, Conselho Tutelar, Ministério Público e judiciário.
“Tivemos casos em que foi necessário providenciar acolhimento para mãe e seus filhos, por conta de violência doméstica. Em outros, nosso trabalho foi de tranquilizar a família, que se sente cobrada e sem condições, sem fonte de renda. Proteger a criança é proteger a família, então é um trabalho delicado e importante”, frisou a coordenadora.
Serviço
Para denunciar casos ou suspeita de violência contra crianças e adolescentes, basta ligar no Disque 100.
O número funciona todos os dias da semana, das 8 às 22 horas, e será mantido o sigilo do denunciante.
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