Apesar de parecer do Tribunal Regional do Trabalho ter considerado a greve dos educadores municipais de Curitiba ilegal, os trabalhadores decidiram em assembleia realizada no final da tarde desta quarta-feira (19) que a greve vai continuar. A votação foi por unanimidade.

A categoria mostrou indignação com contra a tentativa de acabar com a greve a partir de decisão judicial e manteve a bandeira da redução da jornada de trabalho.  “Isso se chama também judicialização da greve. É considerada também uma forma de criminalizar o movimento sindical. É a autonomia e deliberação dos educadores que determinam os rumos do movimento”, disse a coordenação do Sismuc.

A decisão do TRT foi assinada pelo juiz de plantão Jefferson Alberto Johnsson e a multa diária pelo descumprimento da ordem judicial é de R$ 80 mil. O sindicato informa que seu departamento jurídico vai avaliar os autos com relação a multa. A direção do Sismuc afirma que a ação judicial não foi assinada por nenhum diretor e a mobilização dos educadores continua até o cumprimento da pauta. “Não significa uma multa contra a categoria. Os educadores não serão afetados e não vão deixar as ruas”, diz Irene Rodrigues, da coordenação do Sismuc.

Desde ontem (18), 90% dos Centros Municipais de Educação Infantil da capital estão parados. De acordo com o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Curitiba (SISMUC) dos 4 mil educadores, 2,5 mil entraram em greve. A categoria quer a redução de carga horária, cumprimento do piso salarial e enquadramento funcional como professores da educação infantil. Na manhã desta quarta-feira (19) cerca de 10 mil educadores e professores caminharam até o Centro Cívico, onde realizaram atos simbólicos em frente à prefeitura de Curitiba.

A mesa de negociação entre Prefeitura Municipal de Curitiba (PMC) e comissão de negociação começou às 14h30. A gestão municipal estava representada pelo secretário de governo, Ricardo Mac Donald, pela secretária de Recursos Humanos, Meroujy Cavet, junto com Roberlaine Roballo, secretária de Educação. O prefeito de Curitiba, Gustavo Fruet, não estava presente.

Segundo dia sem avanços na pauta das 30 horas

De acordo com o sindicato, o primeiro ponto de debate, sobre a redução da jornada de trabalho, a prefeitura insistiu em uma proposta para o dia 23 de abril. No segundo dia de discussão, esta pauta outra vez não teve avanços. Foram debatidos ainda os outros quatro itens de pauta.

Os outros pontos são a eleição de diretores em cmeis, aposentadoria especial, redução da jornada e cumprimento da hora-atividade de 33%. São medidas já aprovadas depois da greve de novembro de 2013. Por isso, a assembleia dos educadores definiu que é preciso uma medida real na pauta da jornada de trabalho.

A Prefeitura de Curitiba emitiu uma nota afirmando que mantém aberto o diálogo com os representantes dos educadores que atuam nos Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIs) e espera a volta dos profissionais ao trabalho.