Os estudantes brasileiros de 15 anos demonstraram baixo desempenho em resolver problemas de raciocínio lógico relacionados a situações práticas do cotidiano. É o que revela o resultado do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) que testou a habilidade de estudantes de vários países, realizado pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). O ranking de 44 países que testaram habilidades de seus estudantes, o Brasil aparece na 38ª posição.
Aplicado a cada três anos e voltado para leitura, ciências e matemática, o Pisa avaliou 85 mil estudantes e, pela primeira vez, mediu a capacidade de resolução de problemas mais elaborados de lógica e raciocínio. No Brasil, menos de 2% dos estudantes avaliados atingiram a performance máxima na solução dos problemas. O relatório da OCDE registra que, no país, as meninas tiveram desempenho melhor que o dos meninos e que a situação socioeconômica do estudante também tem impacto no resultado.
Os países que lideram o ranking da OCDE são Cingapura, Coreia do Sul e Japão. As três últimas posições são ocupadas por Uruguai, Bulgária e Colômbia. Nos testes, os estudantes executaram tarefas em um aparelho MP3, tiveram que usar o controle remoto de um aparelho de ar-condicionado para controlar condições de temperatura e umidade e simular a compra de um bilhete de trem em um teclado sensível ao toque.
Em dezembro do ano passado a OCDE havia divulgado resultados do Pisa 2012 que mostram que, entre os 65 países comparados, o Brasil ficou em 58º lugar no desempenho dos estudantes nas três áreas de conhecimento avaliadas.
Na avaliação do coordenador da Campanha Nacional pelo Direito à Educação (CNDE), Daniel Cara, o baixo desempenho dos estudantes brasileiro reflete problemas estruturais da educação brasileira. “Isso decorre da maneira como se organiza a gestão da educação no Brasil. Se tem forte responsabilização dos governos municipais e estaduais na participação aquém do necessário do governo federal. É um problema estrutural que vem desde a época da proclamação da República. O governo federal é quem mais arrecada recursos e quem menos contribui na área de educação”, diz.