Uma parceria entre o Instituo Pelé Pequeno Príncipe e a Prefeitura de Curitiba tem identificado e assim permitido tratar estudantes de escolas municipais com transtornos mentais, associados ou não ao déficit de atenção e hiperatividade (TDAH).
O trabalho em conjunto é parte de uma pesquisa, iniciada em 2007, que busca novas opções de tratamento, testes clínicos e a melhoria no atendimento de crianças e adolescentes com problemas de comportamento e cognição. Até dezembro de 2012, aproximadamente 600 estudantes foram testados por meio da pesquisa desenvolvida pelo Instituto e encaminhados para atendimentos. O convênio entre a instituição e a Secretaria Municipal da Educação seguirá até 2016, possibilitando a ampliação dos atendimentos.
O transtorno de déficit de atenção (TDAH) é um distúrbio neurobiológico que em geral faz com que os alunos enfrentem dificuldades de aprendizagem, problemas de comportamento na escola e de relacionamento com colegas e professores. Os sintomas aparecem como a falta de controle sobre a atenção, a atividade motora e a impulsividade, o que traz consequências em diversos aspectos da vida da pessoa. No Brasil, estima-se que 7 milhões de crianças sofram de TDAH.
Os estudantes que participam da pesquisa são encaminhados pelas escolas para a triagem no instituto. O primeiro passo é a consulta com um neuropediatra para o levantamento do diagnóstico clínico. São feitos exames de visão e audição e as crianças passam para a próxima fase, com psicólogos que aplicam testes de inteligência. O passo seguinte é a avaliação pedagógica e o envolvimento dos pais e dos professores, que respondem questionários.
Depois da discussão dos primeiros dados, as crianças são submetidas a exames laboratoriais, para obter dados micronutricionais sobre falta ou excesso de minerais no organismo. A última etapa é a análise dos dados pela coordenação da pesquisa e as recomendações necessárias. Escola e familiares são capacitados para conviver e agir com pessoas com o transtorno.
Algumas crianças são encaminhadas para uso de medicação, outras para programas de atendimento especializado nos Centros Municipais de Atendimento Especializado (CMAEs).
Além de garantir melhores condições de aprendizagens para as crianças, com diagnóstico precoce e tratamento, a pesquisa representa importante contribuição para o tratamento destes pacientes com transtornos que, entre outras consequências, podem enfrentar dificuldades de aprendizagem e de socialização.