Uma das funcionárias da empresa de impermeabilização que fazia o serviço no momento da explosão no apartamento do Água Verde, em Curitiba, no último sábado (29) contou, em entrevista à RIC Record TV, que era ela quem havia sido escalada para trabalhar naquele dia. No entanto, após alguns contratempos, a mulher desistiu e passou o serviço para o técnico Caio Henrique dos Santos, de 30 anos, que permanece internado em estado grave. Veja também Explosão em prédio de Curitiba vídeo de movimentação de moradores.   

Técnica fala sobre explosão no apartamento no Água Verde, em Curitiba

A mulher, que não quis se identificar, explicou que ficou irritada porque estava sendo pressionada e decidiu que não iria mais trabalhar na empresa. Por isso, quando chegou no local, simplesmente, informou que não iria até o apartamento no Água Verde onde ocorreu a explosão. “Não foi tanto por causa das condições de trabalho, mas mais pela pessoa ficar te acelerando pra você fazer tudo rápido. Eu fui pra trabalhar, mas como a menina começou a me acelerar pra chegar logo no escritório porque tinha que sair pra uma impermeabilização às 9h e ela já tinha mandado pra mim a rota. Eu não tinha ainda aberto a rota. Daí, eu cheguei lá e falei pra eles que eu não ia trabalhar naquele sábado, que eu vinha na segunda-feira conversar com o Zé e com a Bruna [proprietários da empresa]”, disse. 

Funcionária se emociona ao falar sobre a explosão no apartamento durante a impermeabilização

Ela também declarou emocionada quem se sente culpada pelo o que aconteceu com o colega. “Eu me sinto culpada do Caio tá lá. Não sei se eu tivesse ido aquele dia trabalhar lá não teria acontecido ou teria acontecido comigo. Mas o Caio ainda tem um piazinho de 5 anos pra criar. Ele não teve nenhum assistência do serviço. Na noite eu falei com a Bruna e perguntei pra ela se tivesse acontecido comigo isso ela também teria me abandonado lá e ela só me pedia perdão, perdão, tanto ela quanto o Zé me pediam perdão”. 

A entrevista completa com funcionária da empresa responsável pela impermeabilização do sofá você assiste no Domingo Espetacular, da Record TV, às 19h30. 

Técnico que realizava impermeabilização no sofá está desorientado no hospital

A esposa de Caio, que também não quis se identificar, explicou que o marido, apesar de continuar na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), já respira sem a ajuda de aparelhos. Segundo o relato, o rapaz está confuso e desorientado desde que ocorreu a explosão no apartamento no Água Verde, em Curitiba. “Como foi muito impacto, quando ele acordou, o médico e o psicólogo orientaram a gente pra deixar ele mais calmo. É muito recente na mente dele. Ele começa a olhar para o teto, ver o fogo, começa a falar, fica nervoso. Daí, depois ele volta a conversar o assunto que tava antes”, contou. 

Vítimas da explosão no apartamento de Curitiba

Além de Caio, que teve 65% do corpo queimado durante a explosão no apartamento e permanece internado em estado grave na UTI, do Hospital Universitário Evangélico Mackenzie, outras três pessoas também foram vítimas da tragédia. São elas:

  • Raquel Lamb, de 23 anos, teve 55% do corpo queimado e também permanece em estado grave na UTI;
  • Gabriel de Araújo, de 27 anos, esposo de Raquel, teve e 30% do corpo queimado durante a explosão e está internado em um quarto. Seu estado de saúde é considerado estável;
  • Mateus Lamb, de 11 anos, irmão de Raquel, morreu após ser arremessado pela janela do apartamento durante a explosão. A criança, que dormia em um quarto no momento da explosão, chegou a ser socorrida e encaminhada ao hospital, mas não resistiu aos ferimentos e morreu.
Depoimentos sobre a explosão do apartamento no Água Verde

Nesta quarta-feira (3), o delegado Adriano Chohfi, da Delegacia de Explosivos Armas e Munições, interrogou quatro pessoas ligadas a explosão no apartamento no Água Verde, em Curitiba. Foram ouvidos dois sócios-proprietários da empresa responsável pela impermeabilização do estofado, um funcionário e a esposa de Caio.

Nos depoimentos, os sócios apresentaram versões parecidas e afirmaram à polícia que todos os funcionárias recebiam treinamento e equipamento para trabalhar com produtos inflamáveis. Já o empregado alegou falta de equipamentos de segurança enquanto a esposa de Caio contou que o marido costumava reclamar dos riscos dos produtos químicos utilizados. Veja Explosão apartamento Curitiba: depoimentos de proprietários e funcionário apresentam controvérsias.

O resultado da perícia, que irá definir a causa da explosão no apartamento, deve ser apresentado em até 30 dias. No entanto, até agora, a principal suspeita é de que a tragédia tenha sido causada pela manipulação dos produtos químicos usados para a impermeabilização do sofá na residência do casal Raquel e Gabriel. Segundo a Polícia Científica, não foram encontrados indícios de vazamento de gás no local. 

Galeria de fotos da explosão no apartamento no Água Verde, em Curitiba: