Os funcionários do transporte coletivo de Cascavel entraram em greve na madrugada desta sexta-feira (20). A paralisação foi divulgada antecipadamente pelos trabalhadores e não tem prazo para acabar.

Mesmo com o aviso, os moradores da cidade parecem não ter se preparado. “Não sabia da greve, para mim foi terrível. Normalmente saio de casa às 8h30 e hoje tive que sair às 7h, pois até moto táxi estava difícil conseguir, além de ter que pagar R$ 7, valor acima do cobrado em outros dias”, reclama o vendedor Matheus Félix. Ele diz que concorda com a reclamação dos motoristas e cobradores, mas não com a paralisação total dos serviços.

O Terminal Leste, Oeste e Sul deixaram de receber os ônibus nesta manhã. Os trabalhadores mantiveram os carros dentro da garagem, rotina que deve se manter nos próximos dias. “Não temos previsão de retorno, vamos reivindicar por nossos direitos até que algo seja feito”, afirma o vice-presidente do Sindicato dos Motoristas de Cascavel Paulino Moreira. Ele disse ainda que, até o momento, não houve posicionamento das empresas que administram o transporte na cidade sobre a greve e possibilidade de atendimento às reivindicações.

Há uma lista de exigência dos motoristas e cobradores. Eles pedem um reajuste salarial de 17%, fim da dupla função dos motoristas, que precisam exercer em alguns casos a função de cobrador, e a reintegração de dois funcionários demitidos da empresa. A empresa ofereceu 7% de reajuste no salário, além de 20% no vale refeição.

Enquanto os 830 trabalhadores estão em greve, os passageiros procuram outras alternativas. “É direito deles um salário mais alto, mas nós não temos culpa. Vou ter que pegar moto táxi para voltar para casa ou ir a pé”, comenta a auxiliar de escritório, Gislaine de Lima que mora à sete quilômetros de casa.