Aproximadamente 600 pessoas se reuniram na manhã deste domingo (24), em frente ao
Hospital Universitário Evangélico de Curitiba, no Bigorrilho, para promover uma manifestação de apoio à insituição. Funcionários, professores e estudantes da Faculdade Evangélica do Paraná (Fepar), organizaram um abraço simbólico ao redor do prédio como forma de solidariedade ao hospital que, nos últimos dias, ganhou repercussão nacional em razão das investigações contra a médica Virgínia Soares de Souza, médica-chefe da UTI, acusada de abreviar a vida de pacientes internados na unidade.
O ato foi organizado pelas redes sociais por iniciativa de uma professora. Na internet, os responsáveis escreveram o seguinte manifesto:
“O ato “Abraço ao Hospital Universitário Evangélico de Curitiba” é em defesa dos 53 anos de história de ajuda à sociedade que essa instituição possui. Há mais de 5 décadas o Hospital Universitário Evangélico (HUEC), junto aos seus profissionais da área de saúde, faz um trabalho de excelência com os seus pacientes, curando pessoas de suas doenças e salvando vidas todos os dias. Esse manifesto não se posiciona sobre o julgamento das pessoas que foram acusadas de diversos crimes recentemente no HUEC, pois acredita que cabe aos órgãos competentes apurarem e julgarem os fatos. O ato consistirá em um abraço coletivo em volta do HUEC, representado o carinho e orgulho que cada profissional da saúde funcionário do hospital tem por essa instituição. Os participantes serão todos aqueles que estivem no local no mesmo momento e que compartilham o mesmo sentimento. Qualquer outra opinião, emitida por qualquer outra pessoa ou meio, que não seja idêntica a desse documento não tem relação alguma com essa movimentação, a do “Abraço ao HUEC”.
Além do abraço, os manifestantes também realizaram uma oração e fizeram um minuto de silêncio como forma de luto. “Estamos aqui como uma prova de respeito ao Hospital Evangélico de Curitiba. Muita gente confunde a situação e acusa a instituição de negligência, porém, a absoluta maioria dos funcionários é dedicada e formada por ótimos profissionais. O Hospital Evangélico já salvou muitas vidas e é referência para a cidade e o estado” afirma uma estudante da faculdade.
O secretário de Estado da Saúde, Michele Caputo Neto, esteve presente no abraço simbólico e destacou a importância da instituição para o Estado. “Este hospital tem desempenhado um papel fundamental para a saúde de todo Paraná em áreas importantes, como recuperação de queimados, transplantes, atendimento de urgência e emergência, entre outras áreas, e por isso tem o respeito dos gestores da saúde”, disse o secretário, ao mesmo tempo em que lembrava que “a investigação deve acontecer e esperamos a punição dos culpados, mas também esperamos que os bons profissionais continuem fazendo seu trabalho e salvem vidas”.
A Promotoria de Justiça de Defesa da Saúde Pública de Curitiba e o Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de Proteção à Saúde Pública, do Ministério Público do Estado do Paraná, reuniram-se no último sábado (23), com representantes da Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba, da Secretaria de Estado da Saúde do Paraná e do Conselho Federal de Medicina, para tratar da situação do Hospital Universitário Evangélico de Curitiba, após as denúncias que vêm sendo apuradas pela Polícia Civil. Todas as instituições presentes demonstraram que estão atentas à continuidade da boa prestação dos serviços oferecidos pelo hospital. Dessa forma, a Promotoria e o Centro de Apoio vêm afirmar que as investigações que têm sido noticiadas pelos meios de comunicação, por certo, não afetam a qualidade técnica dos serviços prestados no HUEC, em quaisquer de seus setores, podendo a população a eles ter acesso normalmente, ressaltando que os médicos, enfermeiros e demais profissionais que atuam no Hospital cumprem com dedicação seus deveres de assistência aos pacientes, como em qualquer instituição de saúde.
Novas prisões
Desde o início das investigações, uma sucessão de denúncias contra funcionários envolvidos no episódio são apuradas. Na última sexta, cinco mandados de prisão foram expedidos pela Polícia Civil, relativos à investigação realizada pelo Núcleo de Repressão aos Crimes contra a Saúde (Nucrisa). Além da Dra. Virgínia, outros três médicos foram presos e uma enfermeira está foragida. Segundo a delegada titular da Nucrisa, Paula Brisola, a médica Virgínia Soares de Souza exercia a função de diretora da UTI, porém, não era intensivista, portanto quem assinava por ela como chefe da UTI era outro médico. O processo segue sob sigilo da Justiça.