(Foto: Câmara de Curitiba/ Reprodução)

A equipe de produção da RICTV | Record TV apurou que, só neste ano, parlamentares e seus assessores foram flagrados 54 vezes cometendo alguma ilegalidade no trânsito

Novamente, a Câmara de Vereadores está no centro da discussão do legal e legítimo.
A discussão se dá, novamente, em cima do contrato de aluguel de carros e fornecimento de combustível. São 50 veículos alugados, todos os anos. O contrato é mantido desde 2015, num custo total de R$ 3 milhões de reais, aproximadamente. Cada vereador, tem a seu dispor, via gabinete, 200 litros de combustível, mensalmente, não acumulativos.  Tudo é custeado com dinheiro público, e, em tempos de cobrança por gestão eficiente e eficaz, será que não é momento de extinguirmos ou discutirmos o fim de tais gastos?
Não obstante, há as multas de trânsito. A equipe de produção da RICTV | Record TV apurou que parlamentares e seus assessores foram flagrados 54 vezes cometendo alguma ilegalidade no trânsito, só neste ano. A multa mais cometida é excesso de velocidade, mas tem também estacionamento regulamentado, falar ao celular enquanto se dirige e avanço de sinal vermelho. Se o condutor não é identificado, no final, por contrato, a conta fica para casa. Todavia, existem alguns poréns. Vamos a eles: a licitação determina que os carros podem ser usados em qualquer cidade do estado, com prévia autorização, nas 24 horas do dia, desde que em serviço (expediente); é vetada a utilização dos automóveis em outros estados.
Vimos que, na maior parte dos casos, as multas são noturnas (algumas no fim-da-noite), aos finais de semana, e, num casos específico, em Balneário Camboriú, próximo do meio dia, em um sábado (o político responsável pelo gabinete multado não quis falar). Fica uma simples pergunta: como fiscalizar vereadores e assessores para comprovar que estivessem realmente trabalhando? Existe um cartão ponto ou algo parecido, que proporcione fazer o controle remoto?
Soluções existem. A primeira delas é o uso de aplicativos de transporte, não amarrando a administração com frotas próprias ou empresas, que geram muitos custo. O governo federal, por exemplo, quer leiloar os carros próprios e migrar para aplicativo. Os Tribunais de Conta têm exigido também que os veículos sejam microchipados para confrontar a informação de itinerário e o que foi assumido pelos condutores, o que, num cruzamento de dados, facilitaria comprovações. Para especialistas em Gestão Pública, Câmaras têm sido usadas para assistencialismo e a estrutura delas tem sido empregadas nisto. Neste último ponto, confesso, pode haver algumas discordâncias, com vereadores empenhados em seus verdadeiros papéis de propositores de soluções legais e fiscalizadores. só que, via de regra a “ajuda” ao eleitor é o trabalho mais realizado.
O salário em Curitiba, de cada vereador, é de 15 mil reais. Não seria o mais lógico eles usarem seus próprios veículos para o trabalho nos bairros, afinal, isso tudo tem a ver com atender a população, visando, no fim, a própria reeleição? Lembremos do combustível que já é pago. Ou seja: nós damos a estrutura para que eles politiquem com nosso dinheiro. Isso é justo? Não! É legal, entretanto, longe do legítimo.
Sobre mudarem essa realidade, isso está bem longe de se pensar em ser discutido, na Câmara, mesmo que os custos tenham sido reduzidos em mais de 30%, em 2017.
Por enquanto, fica tudo como está!
E viva Curitiba!
Era isso.
Sorte e paz!