Já em Inajá, o combinado era levantarmos às 5 da manhã, empurrar o Gemada para fora da casa da Dona Regina e, fazer o quê?

A verdade é que não adiantaria levantar às 5 e não ter o que fazer com o carro. O Gemada estava simplesmente morto. Levantamos às 8 da manhã relaxados, confesso, apesar de dormirmos aquela noite no chão de uma varanda, entre um Pálio e o Gemada.

Todos em pé e saí na busca por um eletricista, não me recordo seu nome, mas era um rapaz novo, bigode por fazer, que gentilmente em um domingo nos prestou socorro.

– É regulador de voltagem; comentou comigo após ter desmontado o alternador todo, até então sem eu perceber a real finalidade. – Mas não tenho essa peça não; complementou.

Jhonny me olhava de canto, afinal estávamos preocupados, nosso tempo correndo e o eletricista não solucionava o problema. Alternador montado e partimos, com apenas uma mísera carga na bateria, o suficiente para uma partida e nada mais.

Já em Paranapoema, eu desfiando um terço para que a gasolina não acabasse, até chegarmos em um posto de gasolina para abastecer e seguir nosso trajeto. A preocupação e o cansaço eram evidentes em nossos olhares:

– Tô sem partida, abastece com ele ligado? Perguntei ao frentista, um senhor grisalho e de poucas palavras que o fez.

Seguindo viagem, ainda paramos na estrada, desconfio que pela má qualidade da gasolina recém colocada, pois o carro começou a perder força até morrer. Por isso empurramos o Gemada por 2 Km, mais ou menos, até chegar a um rincão, onde uma nova carga para mais uma partida nos foi gentilmente doada.

Chegando em Itaguajé encontramos Edinho. Um eletricista, que solicitamente deixou de bater o concreto para nos atender.

Alternador pronto, após algumas horas parados, seguimos para nosso destino: Santa Inês. Foi quando o Gemada ascendeu novamente a luz de que o alternador não mandava carga para a bateria. E mais uma vez, quando esperançosos de que ele estava pronto para a estrada, ele nos prega uma peça, e me forçaria a voltar no Edinho.

8:15 da manhã, Gemada sendo empurrado para pegar no tranco e acenei para Jhonny, Daphine e Rubia para agradecer o empurrão, enquanto eles exploravam a cidade eu seguia para a cidade vizinha, Itaguajé para arrumar o carro. Mais uma vez rezando para que não parasse. Afinal, desta vez estava sozinho.

Além de prestador de serviços, Edinho se tornou um amigo, ao me ver pela manhã em frente sua oficina logo me perguntou

– Arrumaram lugar para ficar em Santa Inês? Dormiram bem? Não se preocupe que seu carro vai sair daqui zeradinho hoje; comentou ele comigo no seu jeito tímido.

Já eram 10:30 da manhã, carro funcionando, e um alternador praticamente renovado, zero. O Gemada enfim estava apto a nos levar para onde fosse novamente. A aventura valeu a amizade, alguns reais ficaram para trás, mas tudo deu certo.

Câmbio, Gemada na estrada….