A paralisação de caminhoneiros, responsável pelo bloqueio de dezenas de pontos no interior do Paraná, pode aumentar o desabastecimento de combustíveis que já começa a ser sentido nas cidades de Pato Branco, Dois Vizinhos, Francisco Beltrão e em Foz do Iguaçu (PR). Nessas áreas, há denúncias de que alguns locais estão vendendo o litro da gasolina a R$ 5,00.
No domingo (22) os bloqueios quase impediram o abastecimento de querosene de aviação no Aeroporto de Foz do Iguaçu. O Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes (Sindicom) afirma que foi necessária a intervenção da Polícia Rodoviária paga garantir a chegada do combustível ao local.
Por causa da greve, os produtores também estão alertas com o risco de cargas perecíveis, congelados e hortifrutigranjeiros também serem perdidos. Em Santo Antônio do Sudoeste as aulas foram suspensas por causa da falta de combustível. Ainda não há um cálculo sobre o total dos prejuízos.
O Porto de Paranaguá é um reflexo da paralisação. De um total de 900 caminhões que deveriam chegar até o local para descarregar, apenas 45 chegaram e a previsão para os próximos dias seria de 1.600 caminhões, o que não deve ocorrer. Em Foz do Iguaçu, as autoridades colocaram em prática um plano de emergência para evitar a falta de combustíveis, no caso do aeroporto, a Infraero colocou em execução um plano de contingência.
Em entrevista, o diretor do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis do Paraná (Sindicombustíveis-PR), Valter Venson, disse que “a preocupação é que a falta de álcool, diesel e gasolina, além de prejudicar os usuários, possa interferir na segurança pública, uma vez que ambulâncias e viaturas policiais podem ficar paradas”.
O sindicato também alertou para o perigo desses caminhões, carregados com produto inflamável, ficarem estacionados na beira das estradas por muito tempo.
Entre os motivos para a greve estão a diminuição do valor do combustível, criação de uma tabela única para o preço do frete, obras de melhorias nas rodovias, alterações na Lei dos caminhoneiros e isenção de pedágios para eixos suspensos.
Procon orienta
O Procon-PR afirma que já existe a autonomia para os órgãos municipais fiscalizarem os valores cobrados pelos postos de combustíveis. Caso seja verificado abuso nos preços, um processo administrativo deve ser aberto contra o estabelecimento.
Para os consumidores, a orientação é de que, caso perceba um valor abusivo, pegue uma nota fiscal, com todos os dados referentes ao pagamento, e entre em contato com o Procon. Um processo deve ser aberto para o ressarcimento do valor pago.