Representantes do Sindicato das Empresas de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana (Setransp) e do Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana (Sindimoc) passaram a tarde desta quinta-feira (27) em reunião no Tribunal Regional do Trabalho do Paraná. Porém, não conseguiram chegar a um acordo que colocasse fim à greve dos motoristas e cobradores do transporte público da capital, iniciada na madrugada da última quarta-feira (26).
Após muita conversação, ficou combinado que uma nova audiência entre as partes será realizada após o carnaval, no dia 6 de março, às 14 horas. Até lá, o Sindimoc se compromete a manter 50% da frota em circulação nos horários de pico e 30% nos demais horários.
Na quarta-feira, quando a greve foi iniciada e as negociações começaram, os trabalhadores exigiam um reajuste de 16% para motoristas e 22% para cobradores, além da correção da inflação pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC).
Na manhã de quinta-feira (27), a vice-presidente do Tribunal Regional do Trabalho do Paraná (TRT-PR), Ana Carolina Zaina, fez uma proposta de 10,5% de reajuste, o mesmo percentual obtido no último dissídio. A proposta foi prontamente aceita pelo Sindimoc. Porém, as empresas realizaram uma contraproposta de 7,36% e as negociações continuaram. Perto das 17h, o Ministério Público do Trabalho fez uma nova proposta de 8,5% de reajuste para motoristas e 10,5% para cobradores.
O piso salarial atual é de R$ 1.660,81 para motoristas e R$ 940,80 para cobradores. Nos valores atuais, os salários, encargos, benefícios e imposto da previdência já representavam mais de 47% da tarifa técnica, de R$ 2,93.
Transtornos
No segundo dia da greve dos motoristas e cobradores de ônibus de Curitiba e região, a cidade amanheceu com muita gente nos pontos e alguns veículos circulando. O trânsito ficou bastante complicado em 66 das principais vias da capital.
Durante a paralisação, a desembargadora do Tribunal Regional do Trabalho da 9ª Região, Ana Carolina Zaina, deu ordem ao Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Curitiba (Sindimoc) para o retorno imediato de 30% de circulação da frota e 40% nos horários de pico, sob pena de multa diária no valor de R$ 100 mil.
A greve afetou aproximadamente 2,3 milhões de pessoas que utilizam as linhas da Rede Integrada de Transporte de Curitiba, que atende a capital e 13 municípios da Região Metropolitana