Algumas empresas não realizaram o pagamento do 13° salário dos trabalhadores e várias linhas que atendem a capital terão greve de ônibus

Até o final da audiência entre a Urbs, representantes do Sindicato das Empresas de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana, e do Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus, realizada nesta segunda-feira (30) na sede do Ministério Público do Trabalho, algumas empresas ainda não haviam realizado o pagamento da primeira parcela do 13° salário dos trabalhadores. Deste modo, algumas linhas de ônibus que atendem Curitiba e cidades da Região Metropolitana devem amanhecer com greve de ônibus nesta terça-feira (1°).

De acordo com o Sindimoc, as linhas atendidas pelo Consórcio Pioneiros terão as atividades prejudicadas. As empresas que não realizaram os pagamentos foram: Tamandaré Matriz, São José dos Pinhais, Campo Largo, Cidade Sorriso e Araucária Matriz. 

A população mais afetada pelas paralisações deve ser a da região sul de Curitiba, que é atendida principalmente pela Viação Cidade Sorriso. A empresa emprega 1.100 motoristas e cobradores e é responsável por linhas importantes para a cidade como expresso Santa Cândida/Capão Raso, os ligeirinhos Pinheirinho e Inter 2 e o Interbairros 3.

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O Sindicoc informou que 50% da frota das empresas que não cumpriram o pagamento do 13° salário ficarão paradas até que os trabalhadores recebam os valores devidos. A Urbs espera que as empresas realizem os pagamentos atrasados ainda na manhã desta terça-feira e, dessa forma, a greve de ônibus seja encerrada.

Impasse

A reunião começou na manhã desta segunda-feira (30), teve um intervalo de duas horas no início da tarde e só foi encerrada por volta das 21h. Uma nova audiência foi marcada para começar às 10h desta terça-feira (1°), também no MPT.

O Setransp enviou uma nota informando que parte dos valores devidos aos trabalhadores foi assumida pelas empresas nesta segunda-feira, com o intuito de evitar a greve. “De modo geral, 85% dos valores devidos foram pagos por todas as empresas de transporte urbano”, afirma o texto.

A Urbanização de Curitiba (Urbs) antecipou para as concessionárias nesta segunda-feira (30) R$ 4,1 milhões referentes ao  Fundo de Urbanização de Curitiba (FUC) e outros aportes da Prefeitura.  De acordo com as empresas, não se tratou de pagamento extra, mas de antecipação do repasse de serviços já realizados. O Setransp informou que “parte desse dinheiro foi recebido pelas empresas após o expediente bancário, o que impossibilitou o pagamento a todos os trabalhadores nesta segunda-feira”.

O Sindimoc disse que a revolta entre os trabalhadores é grande, uma vez que os problemas com atrasos de salários vem ocorrendo desde 2013. Os motoristas e cobradores só voltam ao trabalho, segundo o sindicato, depois que “o calote for pago”. “As autoridades e as empresas não conseguem chegar a uma solução definitiva com os atrasos dos trabalhadores. A questão é tratada uma a uma, cada atraso tem um conflito, um indicativo de greve, uma tensão”, criticou o assessor do Sindimoc Gláucio Dias.