Funcionários rejeitaram proposta de acordo da montadora durante assembleia
Os trabalhadores da fábrica da Volvo entraram no quarto dia de greve nesta quarta-feira (13) e realizaram uma nova manifestação na fábrica, fechando uma rua em frente à empresa, na Cidade Industrial de Curitiba. Eles protestam contra as ameaças de demissão e redução de direitos dos funcionários.
Na terça-feira (12), 77% dos trabalhadores rejeitaram uma proposta de acordo da montadora, em votação secreta, durante assembleia realizada pelo Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba. De acordo com a categoria, o acordo não dava garantia de emprego e flexibilizava direitos. O sindicato denuncia que, após a votação, a empresa passou a tentar impor a necessidade de votação dos terceirizados e dos administrativos, que não fazem parte do pacote de demissões. A montadora tem expectativa de que com os votos dos “não prejudicados pelas demissões e reduções de direitos”, possa conseguir aprovar sua proposta.
“Não tem como botar pra votar um engenheiro ou um técnico em contabilidade que não são associados ao Sindicato e que não estão no pacote de demissões para votar uma proposta que vai atingir somente o chão de fábrica. Em vez de sentar para negociar uma proposta coerente de manutenção dos empregos, a Volvo prefere ficar usando os trabalhadores administrativos para forçar e impor sua proposta ao chão de fábrica”, disse o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba, Sérgio Butka.
A proposta rejeitada pedia uma redução em 50% no valor da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) em relação ao valor do ano passado, que foi de R$ 30 mil, reajuste salarial apenas com a reposição da inflação para a data-base, que é em setembro. Ainda segundo a proposta, mesmo que os trabalhadores aceitassem o acordo, cerca de 600 ainda seriam demitidos em dezembro.
Segundo o sindicato, a fábrica da Volvo emprega cerca de 4 mil trabalhadores e tem capacidade de produção diária de 80 caminhões pesados, 44 médios e 8 ônibus.