A greve de trabalhadores de diversas categorias prejudica a manutenção de serviços públicos nesta quarta-feira (19) em todo o Paraná. As áreas da saúde, educação e limpeza pública estão sem atendimento total ou parcial em algumas cidades.

Em todo o estado, os professores de 2,1 mil escolas da rede estadual de ensino fazem greve e manifestação nas principais cidades. A paralisação deve deixar 2,1 milhão de alunos sem aulas. Os professores querem melhorias nas condições de trabalho e pedem cumprimento da Lei Nacional do Piso, com adoção de hora-atividade de 33%.

Os servidores estaduais da saúde do estado entraram em greve desde a terça-feira (18). A paralisação atingiu os maiores hospitais mantidos pelo Estado. Os Sindicato dos Servidores Estaduais da Saúde (SindSaúde) estima que 60% dos trabalhadores aderiram à greve, já o governo do Estado indica que apenas 308 dos 9 mil servidores não apareceram para trabalhar nesta terça-feira. O serviço ficou seriamente comprometido no Hospital Universitário (HU) de Londrina, que ficou superlotado por conta da paralisação dos hospitais Zona Sul (HZS) e Zona Norte (HZN).

Greves se multiplicam na Capital

Em Curitiba, os coletores de lixo participaram de uma assembleia e de manifestação na manhã de quarta-feira (19), no bairro Rebouças, para decidir os rumos da paralisação. Por determinação da Justiça, a categoria deve manter pelo menos 40% da coleta de lixo da Capital. Os trabalhadores da limpeza pública estão em greve desde a manhã de terça-feira (18). A prefeitura colocou caminhões próprios para prestar serviço emergencial à população.

Os educadores das creches municipais – chamados de Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIs) decidiram manter a greve, também iniciada nesta terça-feira (18). Não houve acordo em mesa de negociação realizada com representantes da prefeitura de Curitiba .  De acordo com o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Curitiba (SISMMUC) dos 4 mil educadores, 2,5 mil entraram em greve. A categoria quer a redução de carga horária, cumprimento do piso salarial e enquadramento funcional como professores da educação infantil.

Em entrevista ao Paraná no Ar, o secretário de governo da prefeitura de Curitiba, Ricardo Mac Donald, fala da negociação com as duas categorias. No fim da tarde desta quarta-feira (19), a Justiça do Trabalho organiza uma assembleia entre o Executivo Municipal e os coletores de lixo fez um apelo à categoria. “Os salários pagos aqui superam os de São Paulo e Rio de Janeiro. Os trabalhadores precisam reconhecer o que a gente pode ou não fazer”, diz.

Com relação aos educadores das CMEIs, o secretário lamentou que o sindicato da categoria , o SISMMUC, tenha decidido interromper a negociação, por conta da impossibilidade de se implantar imediatamente da redução da jornada  de trabalho de 40 para 30 horas semanais. “Tomamos uma medida de ajuizar ação na Justiça Estadual e para que se garanta ao atendimento à população”, afirma o secretário.