Pesquisadores acharam um pequeno objeto que poderá mudar os rumos do que se sabe até o momento sobre o cristianismo na Europa. Com uma folha de prata enrolada, o amuleto, que data de 230 a 260 d.C, guarda um texto de 18 linhas que pode ser encarado como cristão. Afinal, nunca houve evidência tão antiga da religião na região. Na época, predominavam o paganismo e o judaísmo.
A descoberta foi conduzida pelo Centro Leibniz de Arqueologia, em Mainz, e publicada pelo Archeologisches Museum Frankfurt, ambos na Alemanha. O que chama mais a atenção é a data do artefato. No momento, tudo relacionado ao cristianismo neste local do planeta é, pelo menos, 50 anos mais novo.
O objeto foi encontrado no noroeste de Frankfurt, antiga cidade de Nida do império romano. Ele foi retirado do túmulo de um homem enterrado com uma tigela de incenso e um jarro feito de barro cozido. O amuleto estava embaixo do esqueleto. Assim, a equipe crê que possa ser uma espécie de cordão.
O texto, de 18 linhas, precisou ser decifrado pelos especialistas. A folha é muito frágil e quebradiça e, dessa maneira, passou por diversos procedimentos de raio-x para identificar o escrito.
“Chamei especialistas em história da teologia, entre outros, e abordamos o texto juntos, pedaço por pedaço, e finalmente o deciframos”, explica o arqueólogo da Universidade Goethe, em Frankfurt, o professor Markus Scholz.
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Amuleto está escrito em latim, o que surpreende os especialistas
De acordo com Scholz, o texto está em latim, o que também chama a atenção dos pesquisadores. Afinal, naquela época, escritos em amuletos geralmente eram em grego ou hebraico.
E as curiosidades não param por aí. Até o século V, amuletos de metais preciosos continham mistura de várias religiões. No entanto, esta descoberta recente é “puramente cristã”, pois não há referências judaicas ou pagãs.
Dessa maneira, os pesquisadores acreditam que o homem que portava o objeto era o “primeiro cristão no norte dos Alpes”. Todavia, eles dizem que pelo fato de esse homem existir, pode haver mais locais de seputamento cristão pela região.
“Esta descoberta extraordinária afeta muitas áreas de pesquisa e manterá a ciência ocupada por muito tempo”, determinou Ina Hartwig, chefe de cultura e ciência de Frankfurt.
