Pesquisadores descobriram um fóssil de uma nova espécie de dinossauro, de pescoço longo, que viveu há cerca de 75 milhões de anos em Cuenca, na Espanha. O esqueleto foi encontrado durante obras para instalação de trilhos de trem que conectam a cidade de Levante até Madri.
O local é considerado um sítio arqueológico, afinal este é um dos mais de 12 mil esqueletos desenterrados desde o começo da construção. De acordo com especialistas, estas descobertas auxiliam a compreender de forma mais profunda como era a vida no período do Cretáceo Superior.
“O estudo nos permitiu identificar pela primeira vez a presença de duas linhagens distintas de saltasauroides na mesma localidade fóssil”, afirmou Pedro Mocho, pesquisador da Universidade de Lisboa.

O especialista era o líder da equipe que escavou o local e batizou o dinossauro de Qunkasaura Pintiquiniestra. O significado do nome tem a ver com a região onde houve a descoberta, afinal “Qunka” está ligada à Cuenca. Já “Saura” é a derivação da palavra latina para lagarto.
Por outro lado, Pintiquiniestra foi escolhido em homenagem à “Rainha Pintiquiniestra”, da clássica obra literária Dom Quixote, escrita por Miguel de Cervantes.
Pedro Mocho revela que este é um dos fósseis de saurópodes mais completos achados em território europeu, uma vez que contém vértebras cervicais, dorsais e caudais, parte da cintura pélvica e elementos dos membros. Dessa forma, os pesquisadores terão mais elementos para estudar os dinossauros não aviários que habitavam a região.
O estudo, publicado na revista científica Communications Biology, diz que Qunkasaura é um representante dos saltasaurídeos opisthocoelicaudine, que habitava o hemisfério norte. A maioria dos saurópodes do Cretáceo Superior da Península Ibérica pertence ao grupo Lirainosaurinae, que, a princípio, ficava restrito somente às terras do Velho Continente.