O julgamento de Jair Bolsonaro e sete aliados no Supremo Tribunal Federal (STF) será retomado nesta terça-feira (9), às 9h. O presidente da Primeira Turma do STF, Cristiano Zanin, deve abrir a sessão e passar a palavra ao relator Alexandre de Moraes, que fará uma análise do mérito do processo e anunciará o voto sobre a condenação ou absolvição dos réus.

Plenário do STF durante julgamento de Bolsonaro
Alexandre de Moraes deve definir voto sobre julgamento de Bolsonaro nesta terça (9) (Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom / Agência Brasil)

O julgamento começou na semana passada, quando foram ouvidas as sustentações das defesas do ex-presidente e dos demais acusados, além da manifestação do procurador-geral da República, Paulo Gonet, favorável à condenação de todos os réus.

Nesta semana, o colegiado vai iniciar a votação que pode condenar Bolsonaro e os outros réus a mais de 30 anos de prisão. Foram reservadas as sessões dos dias 9, 10, 11 e 12 de setembro para finalização do julgamento. 

Pesam contra os acusados a suposta participação na elaboração do plano “Punhal Verde e Amarelo”, com planejamento voltado ao sequestro e assassinato do ministro Alexandre de Moraes, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do vice-presidente, Geraldo Alckmin.

advogado Paulo Amador Thomaz Alves da Cunha Bueno no STF
O advogado Paulo Amador Thomaz Alves da Cunha Bueno comparou o julgamento de Bolsonaro com o Caso Dreyfus (Foto: Reprodução/ Youtube)

Oito réus participam de julgamento no STF

Os réus respondem por organização criminosa armada, golpe de Estado, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, deterioração de patrimônio tombado e dano qualificado contra o patrimônio da União. A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu a condenação de todos, com pena que pode chegar a 43 anos de prisão. A defesa poderá recorrer, e Bolsonaro permaneceria inicialmente em prisão domiciliar caso seja condenado.

Réus do julgamento:

  • Jair Bolsonaro, ex-presidente da república
  • Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e da Casa Civil
  • Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional
  • Alexandre Ramagem, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência
  • Anderson Torres, ex-ministro da Justiça
  • Almir Garnier, ex-comandante da Marinha
  • Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa
  • Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência, com acordo de delação
réus do julgamento Bolsonaro
Núcleo Crucial é o primeiro a ser julgado no STF (Foto: REUTERS/Mateus Bonomi/Agência Brasil/Valter Campanato/Marcelo Camargo/Fábio Rodrigues-Pozzabom/Fernando Frazão/PR/Alan Santos/Câmara dos Deputas/Bruno Spada)

Próximos passos

A sessão da manhã desta terça-feira (9), que abre a segunda semana de julgamentos do ‘Núcleo Crucial’, deve ser marcada pelo voto de Alexandre de Moraes, que é o relator do processo. O vai analisar questões preliminares suscitadas pelas defesas de Bolsonaro e dos demais acusados, como pedidos de nulidade da delação premiada de Mauro Cid, alegações de cerceamento de defesa, pedidos para retirar o caso do STF, além das solicitações de absolvição.

Moraes poderá solicitar que a turma delibere imediatamente sobre as questões preliminares ou deixar a análise desses quesitos para votação conjunta com o mérito. Após a abordagem das questões preliminares, Moraes se pronunciará sobre o mérito do processo, ou seja, se condena ou absolve os acusados e qual o tempo de cumprimento de pena.

Após o voto de Moraes, os outros ministros da Primeira Turma do STF devem anunciar os votos. Confira a ordem da votação:

  • Flávio Dino;
  • Luiz Fux;
  • Cármen Lúcia;
  • Cristiano Zanin.

A maioria de votos pela condenação ou absolvição ocorrerá com três dos cinco votos do colegiado.

A eventual prisão dos réus que forem condenados não vai ocorrer de forma automática após o julgamento e só poderá ser efetivada o após a análise dos recursos contra a condenação.

Em caso de condenação com um voto a favor da absolvição, Bolsonaro e os demais réus terão direito a mais um recurso para evitar a prisão, a ser analisado também pela Primeira Turma. A condição pode ser obtida com placar de 4 votos a 1, por exemplo.

Para conseguir que o caso seja julgado novamente e levado a plenário, os acusados precisam obter pelo menos dois votos pela absolvição, ou seja, placar mínimo de 3 votos a 2.  

Confira ao vivo o julgamento de Bolsonaro

*com informações da Agência Brasil

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Guilherme Becker
Guilherme Becker

Editor

Guilherme Becker é formado em Jornalismo pela PUCPR, especializado em jornalismo digital. Possui grande experiência em pautas de Segurança Pública, Cotidiano, Gastronomia, Cultura e Eventos.

Guilherme Becker é formado em Jornalismo pela PUCPR, especializado em jornalismo digital. Possui grande experiência em pautas de Segurança Pública, Cotidiano, Gastronomia, Cultura e Eventos.