
O pedido foi feito depois que a PF deflagrou, na manhã desta quarta-feira (26), a Operação Integração que investiga a manipulação dos contratos e dos preços das tarifas dos pedágios do Paraná
A governadora Cida Borghetti determinou nesta quarta-feira (26) que a Procuradoria Geral do Estado (PGE) ingresse na Justiça com uma ação pedindo a suspensão da cobrança de pedágio no Paraná em todo o Anel de Integração. A medida se baseia nos fatos apurados pela Operação Integração, realizada pela força-tarefa Lava Jato, que indica manipulação dos contratos e dos preços das tarifas para atender interesses das concessionárias.
“São denúncias muito graves que precisam ser investigadas a fundo. Enquanto isso ocorre é justo que haja a suspensão da cobrança do pedágio. Os paranaenses pagam uma tarifa muito alta e há indícios fortes de manipulação dos preços. Por isso, estamos adotando esta medida e espero que a Justiça acate”, declarou Cida.
Segundo a governadora, a partir do pronunciamento da Justiça, não está descartada a possibilidade do Governo pedir também o encerramento dos atuais contratos de pedágio do Paraná. “Vamos aguardar a manifestação da Justiça sobre o pedido de suspensão. A partir disso, avaliar outros encaminhamentos para o caso dos pedágios. Mas a possibilidade de pedir o imediato fim dos contratos também é uma medida que vamos estudar”, disse.
Notificações
A PGE deve protocolar a ação nos próximos dias na Justiça Federal. O argumento é de que a suposta manipulação dos contratos, envolvendo servidores públicos e empresários, prejudica os usuários. Na ação, a procuradoria vai pedir para que os serviços de socorro médico e mecânico, realizados pelas concessionárias, sejam mantidos.
Operação Integração II
A 55º fase da Operação Lava Jato, deflagrada pela Polícia Federal (PF) na manhã desta quarta-feira (26) em cidades do Paraná, Santa Catarina e São Paulo, prendeu 15 pessoas suspeitas de cometerem irregularidades nos pedágios do Paraná.
De acordo com a PF, também foram cumpridos 73 mandados de busca e apreensão com o objetivo de aprofundar as investigações sobre a prática de crimes de corrupção, lavagem de dinheiro, sonegação fiscal, estelionato e peculato em esquema relacionado à administração das rodovias federais no Paraná.
Concessionárias de pedágio, intermediadores e agentes públicos são investigados
Os alvos das medidas são as seis concessionárias que administram o Anel de Integração do Paraná: Econorte, Ecovia, Ecocataratas, Rodonorte, Viapar e Caminhos do Paraná, além de intermediadores e agentes públicos. Segundo a investigação, foram identificados dois esquemas paralelos de pagamentos de propinas relatados por réus colaboradores.
Entre os detidos está Pepe Richa, irmão do ex-governador do Paraná Beto Richa, e que também foi preso no dia 11 de setembro pela Operação Rádio Patrulha, do Ministério Público do Paraná. A operação em questão investiga irregularidades no programa estadual Patrulha do Campo, responsável por obras de conservação das estradas rurais do Paraná. Pepe foi denunciado à Justiça junto com Beto Richa e outras 11 pessoas na terça-feira (26).
Luiz Abi Antoun, primo do ex-governador, também era um dos alvos das prisões temporárias da Lava Jato. No entanto, o empresário está no exterior e não foi encontrado. Do mesmo modo que Pepe Richa, Luiz Abi Antoun também foi preso no dia 11 de setembro e denunciado à Justiça pelo MP-PR.